O Orçamento Participativo Municipal (OPM) 2018 premiou cinco projetos em três categorias. Este projeto tem uma verba de 100 mil euros, em que 70 mil estão destinados ao OPM na categoria Geral, 15 mil ao OPM Juventude e 15 mil ao OPM Escolas.
As propostas “Ambulância dos bombeiros” e de “Bichos do Mato” venceram as categorias Geral e Juventude, respetivamente, e as propostas “O nosso anfiteatro” do Agrupamento de Escolas (AE) Dr. Serafim Leite, “Construção de um ´Espaço Inclusivo´ para alunos com necessidades especiais” do AE João da Silva Correia e “Campo relvado” do AE Oliveira Júnior venceram a categoria da Educação.
O presidente da câmara, Jorge Sequeira, destacou a “participação substantiva” na 4.ª edição do OPM com direito a “campanha eleitoral” e a “grande empenhamento dos autores dos projetos”. Como “nenhum processo é perfeito”, o Município tenciona “introduzir melhorias ao sistema na próxima edição”, adiantou Jorge Sequeira, no dia 6 de junho, durante a apresentação dos resultados no salão nobre, esclarecendo que “não temos notícia de que a votação não corresponda à vontade real dos participantes”.
O OPM 2018 recebeu um total de 5.728 votos, dos quais 2.929 atribuídos às 12 propostas na categorial Geral, 607 às duas propostas na categoria Juventude e 2.192 às sete propostas na categoria Escolas.
A proposta “Ambulância para os bombeiros” apresentada pela Associação Humanitária dos Bombeiros de S. João da Madeira visa a compra de uma nova ambulância de socorro, no valor de 69.998,16 euros, que “não é para os bombeiros, mas para todos”, afirmou Carlos Coelho, presidente da associação, ao labor.
A nova ambulância de socorro vai substituir uma outra com 20 anos e muitos quilómetros. Neste momento, “estamos necessitados de substituir duas ambulâncias. Agora vamos ter uma e vamos trabalhar para adquirir a outra”, revelou Carlos Coelho.
“Nós trabalhamos muito afincadamente para sensibilizar as pessoas com a vaga esperança de conseguirmos o objetivo, mas sem a certeza de que poderíamos ganhar até porque perdemos no ano passado”, recordou o presidente da associação.
Os bombeiros estão “muito contentes” por terem atingido este objetivo porque “a nossa linha de orientação é servir o melhor possível”, demonstrou Carlos Coelho ao labor.
“Vale a pena lutar e acreditar muito”
O projeto “Bichos do Mato” da Associação de Jovens Ecos Urbanos, no valor de 9.500 euros, concorreu com o intuito de criar melhores condições para os artistas e anfitriões.
A vitória deste projeto na categoria Juventude do OPM acabou por ser “uma lufada de ar fresco porque a associação suportava todos os custos”, o que nem sempre permitia “ir mais além”, assumiu a proponente Ana Margaria Oliveira e vice-presidente da Ecos Urbanos ao labor.
“Queremos chegar mais além para apostar na imagem que queremos passar ao público e deixá-los com o ´bichinho´ de conhecer o ´Bichos do Mato´”, adiantou Ana Margarida Oliveira.
“Acreditamos mesmo que este projeto tem potencial e queremos mostrar isso” a todos os que conhecem e que ainda vão ficar a conhecer o “Bichos do Mato”, revelou a proponente ao labor.
O primeiro esboço de uma ideia que viria a culminar no projeto “Bichos do Mato” foi apresentada ao OPM 2016, mas não conseguiu vencer. A ideia voltou a estar em cima da mesa nos 20 anos da Associação de Jovens Ecos Urbanos, em setembro de 2017, com o intuito de “dar-lhe uma volta” e “apostar no seu potencial”, recordou Ana Margarida Oliveira.
Entretanto, o “Bichos do Mato” caminhou pelo seu próprio pé com o apoio de artistas e anfitriões que abriram as portas de sua casa. Passados dois anos, o “Bichos do Mato” concorreu ao OPM 2018 e venceu. O projeto “ganhar com esta expressão é indiscritível”, admitiu a “criadora” do “Bichos do Mato” ao labor.
Contudo, “mesmo que perdêssemos não íamos deixar de fazer o projeto que faz sentido para tantas pessoas tendo em conta a sua reação nas pessoas”, esclareceu Ana Margarida Oliveira. Olhando para trás, “vale a pena lutar e acreditar muito. Nós acreditamos muito nele”, destacou a proponente do “Bichos do Mato” ao labor.
“Grande maioria das escolas não está preparada para trabalhar conteúdos curriculares que atendam aos contextos de vida de cada aluno”
O projeto “O nosso Anfiteatro” do AE Dr. Serafim Leite, no valor de 5.000 euros, visa o melhoramento desse espaço.
“Como as cadeiras da sala 13 se encontram bastante danificadas, os alunos querem deixar o anfiteatro com a qualidade desejada e que se mantenha em perfeitas condições durante muitos anos. Assim querem contribuir para o melhoramento desta sala e deixar a sua marca na Serafim Leite”, lê-se na proposta apresentada pelos alunos do 12.º ano.
A “Construção de ´Espaço Inclusivo´ para alunos com necessidades especiais” do AE João da Silva Correia, no valor de 5.000 euros, aparece com o intuito de colmatar uma lacuna existente na maioria das escolas.
“As aprendizagens, nos Currículos Específicos Individuais, decorrem, sempre que possível, em contextos naturais e em situações que lhe dão significado, nomeadamente, as competências escolares devem ser trabalhadas também de modo funcional e ocasionar o menor número de erros possível, facilitando o processo de ensino/aprendizagem, é neste âmbito que surge O Projeto do Espaço Inclusivo”, informa a proposta apresentada pelos anos do 11.º D.
Uma vez que “a grande maioria das escolas não está preparada para trabalhar conteúdos curriculares que exijam funcionalidade na sua abordagem e que atendam aos contextos de vida de cada aluno. Assim, com este projeto passa a existir na escola um “Espaço Inclusivo” com as divisões quarto e cozinha, criando-se, assim, o ambiente efetivo e o meio mais funcional de promover o desenvolvimento de procedimentos, práticas e técnicas específicas que favorecerão a independência e autonomia dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, de caráter permanente”. Por isso, o AE João da Silva Correia, pretende, “desta forma, educar, ensinar e instruir para a vida prática através de um contexto real e de tarefas domésticas imperiosas numa rotina quotidiana”.
O projeto “Campo Relvado” apresentado pelos anos do 4.ºB da Escola Básica do Espadanal do AE Oliveira Júnior, no valor de 5.000 euros, visa a colocação de relva sintética no campo de jogos de recreio dessa mesma escola.