A “boa nova” foi dada pela vereadora da Ação Social da autarquia de S. João da Madeira na passada terça-feira à tarde, depois de, durante a manhã, ter participado numa reunião das Plataformas Supraconcelhias da Rede Social do Entre Douro e Vouga I Baixo Vouga convocada pelo Centro Distrital de Aveiro do Instituto da Segurança Social.

Paula Gaio adiantou, em sede de executivo municipal, que a continuidade das duas cantinas sociais existentes em S. João da Madeira [Santa Casa da Misericórdia (SCM) e ACAIS – Associação do Centro de Apoio aos Idosos Sanjoanenses] está assegurada, uma vez que, conforme lhe foi dito em Aveiro, “as cantinas sociais irão manter-se até dezembro de 2018”, com “o mesmo número de refeições de junho a agosto” e “redução a partir de setembro/outubro”.

Já depois do final do ano, “esta resposta manter-se-á sempre que as instituições reportem essa necessidade a partir de um número mínimo de cinco refeições diárias”. Ora, como nos casos quer da SCM, quer da ACAIS o número de refeições diárias é superior a cinco, “não temos que nos preocupar”, esclareceu a responsável.

Note-se que, até à última reunião de câmara, a renovação ou extinção dos protocolos de colaboração estabelecidos entre a tutela e a SCM e a ACAIS, queterminam a 30 de junho, era uma incógnita.

As duas instituições sanjoanenses não tinham conhecimento de qualquer informação da tutela quanto à renovação dos protocolos por parte da Segurança Social, como confirmaram ambas ao labor.

O nosso jornal procurou saber junto da Segurança Social informações sobre a renovação ou extinção destes protocolos, as razões que levaram a uma ou outra decisão e qual a alternativa caso não continue com as cantinas sociais, mas não recebeu informação sobre o assunto até ao fecho da edição.

Apesar de o Estado ter agora assegurado a continuidade das cantinas sociais até ao fim do ano, a Câmara Municipal de S. João da Madeira iria suportar as cantinas sociais caso deixassem de ser suportadas pelo Estado. O presidente da câmara Jorge Sequeira assegurou que ninguém passará fome em S. João da Madeira depois da proposta apresentada pelos vereadores do PSD/CDS nesse sentido ter sido aprovada unanimemente pela coligação e pelos socialistas na reunião de câmara realizada a 6 de março deste ano, tal como noticiou oportunamente o labor.

O Programa de Emergência Alimentar levou em 2011 à criação da Rede Solidária de Cantinas Sociais em todo o país, assegurando o acesso a duas refeições diárias a famílias carenciadas acompanhadas pelas instituições de solidariedade social. O Governo decidiu, no ano passado, substituir o modelo de cantinas sociais pela distribuição de cabazes alimentares que cobrem as necessidades nutricionais diárias em 50%, através do Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas, estando previsto beneficiar do mesmo cerca de 60 mil pessoas.

O Governo pretende substituir as cantinas sociais integradas no Programa de Emergência Alimentar e que nunca foram concebidas como uma resposta social, assegurando a continuidade de cantinas socias existentes há muitos anos, dirigidas a pessoas sem-abrigo e sem condições para confecionar alimentos, e, se possível, reforçar as mesmas face ao que existia em 2010.

O modelo de cantina social existe desde 2012 na SCM e desde 2013 na ACAIS em S. João da Madeira.

A cantina social da SCM apoia 23 pessoas através das refeições de almoço e jantar (pão, sopa, prato, fruta/sobremesa) todos os dias. O programa estabelecido com esta instituição começou por servir 80 refeições, aumentou para 100 até que diminuiu novamente para as 80. A SCM teve de reduzir as refeições para 60 em dezembro de 2017 e para 46 em janeiro deste ano. Já o protocolo com a ACAIS permite o apoio até 16 pessoas através da sua cantina social, mas apenas recebe oito pessoas devido à ausência de mais encaminhamentos por parte das instituições que compõem a Rede Social, deu a conhecer o labor na edição de 15 de março deste ano.

Nessa mesma notícia, a SCM e a ACAIS concordam que a cantina social seja com este nome ou outro, neste ou noutro modelo deve continuar a existir enquanto existir pessoas sem rendimentos/sem-abrigo e sem condições para confecionar a comida. Ambas também concordam que os alimentos dos cabazes alimentares estão aquém das reais necessidades das pessoas.

 

 

Diana Familiar com Gisélia Nunes

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Loading Facebook Comments ...