As Marchas Populares tiveram a companhia de alguma chuva durante o seu desfile, na quinta-feira passada, o que motivou a algumas críticas por parte da bancada da coligação PSD/CDS na sessão da Assembleia Municipal do dia 26 de junho.
As Marchas Populares representam uma tradição com alguns anos em S. João da Madeira e estiveram sempre associadas “ao sucesso”, mas este ano “não foi acautelado um plano “b” para o mau tempo”, apontou Manuel Correia, deputado do CDS em representação da bancada da coligação.
As Marchas Populares “não correram nada bem”, “não se deviam ter realizado este ano” e é “inqualificável ao que assistimos naquela noite”, disse Pedro Gual, deputado do PSD, em nome da bancada da coligação, criticando a “ausência de um plano alternativo”.
O deputado social-democrata apresentou o alerta amarelo com previsão de precipitação, para o dia 21 de junho, das 8h00 até às 23h59, pelo Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA). A Câmara Municipal de S. João da Madeira tomou “uma atitude grave” ao “ignorar um alerta amarelo”, afirmou Pedro Gual, considerando que o “certo é que falharam e não tinham plano alternativo que seria facilmente implementado”.
As críticas apontadas às Marchas Populares pela bancada do PSD/CDS não passaram de “aproveitamento político” e de “demagogia”, considerou Rodolfo Andrade da bancada do PS, apresentando também ele uma previsão com ausência de precipitação e de alerta amarelo para o mesmo dia do IPMA. “Não é demagogia, aproveitamento político, mas irresponsabilidade do executivo”, retorquiu Pedro Gual.
O presidente da câmara, Jorge Sequeira, começou por dizer que todos os marchantes estiveram devidamente acompanhados pela PSP e pelos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira.
A decisão de as Marchas Populares saírem à rua na noite do dia 21 de junho foi dada pelo presidente da câmara depois de ter consultado “várias previsões meteorológicas ao longo do dia”, inclusive “o radar meteorológico do Aeroporto Sá Carneiro (Porto)”, usado aquando do Carnaval, informou o próprio, assegurando que essas mesmas previsões “apontavam para a inexistência de precipitação para a hora das marchas”. A precipitação começaria “minutos antes das marchas quando os marchantes estavam em prontidão e posição para começar o desfile”, disse Jorge Sequeira.
“O relatório do IPMA dava precipitação até às 8h00 do dia 21. Não vi qualquer sinalização e risco”, assumiu o presidente da câmara, estando disposto até a dar acesso a esse mesmo relatório que recebeu no seu email.
Apesar das condições atmosféricas adversas, “a perceção clara com que fiquei foi de que a generalidade dos responsáveis quis levar a cabo o desfile”, assumiu Jorge Sequeira, assegurando que “em circunstância alguma as crianças e educadores estiveram em perigo.
O presidente da câmara justificou a inexistência de um plano “b” devido à ausência de previsão de precipitação, considerando a sua decisão “consciente e responsável em que apenas uma instituição desistiu (das Marchas Populares) e que as marchas terminaram com a coreografia no largo da Casa da Criatividade”.