Acompanhado de Natasha Pikoul ao piano
Quando é que começou os estudos na Academia de Música de S. João da Madeira?
Iniciei, em paralelo com a minha entrada no 1.º ciclo, os meus estudos quando tinha, ainda, seis anos de idade.
O Pedro decidiu estudar música por iniciativa própria ou por influência de familiares?
Os meus pais procuraram, desde cedo, associado aos benefícios derivados da música, incutir esta vertente artístico-cultural não só em mim, mas também nos meus irmãos. No entanto, mesmo antes de, realmente, me inscrever na Academia de Música, já havia tido a oportunidade de contactar com a mesma através do meu irmão mais velho, que praticava piano há já algum tempo. Assim, o gosto musical e a vontade de aprender um instrumento foram, de certa forma, incentivados pelo contacto precoce que tive com a música através do meu irmão.
O que o levou à escolha do violino?
A escolha do instrumento não foi, inicialmente, uma tarefa fácil. Durante os preparativos para a minha inscrição, sabia que não me queria inscrever no mesmo instrumento que o meu irmão mais velho. Para além do facto do piano não ter sido o meu instrumento de eleição, pretendia, também, que, futuramente, pudéssemos tocar os dois em conjunto, e, portanto, a diversidade instrumental proporcionaria isso mesmo. Assim, contactando com diferentes instrumentos e com sonoridades distintas, acabei por optar pelo violino, sendo que nunca me arrependi de tal decisão.
Quais as características deste instrumento?
O violino é um instrumento muito sensível e necessita de um tratamento muito cuidado de modo a ser produzido um som agradável e qualitativamente bonito. O início pode ser um pouco difícil, uma vez que o retorno sonoro nem sempre é o melhor, mas com o tempo e a experiência é possível criar um som encantador, sempre com o seu timbre característico, que o torna um dos instrumentos, na minha perspetiva, mais bonitos de se ouvir.
Como se sente por ser considerado um dos alunos de violino que “mais se destacou” na Academia de Música sanjoanense?
É, de facto, muito gratificante quando alguém me congratula após algum concerto ou apresentação musical, e, da mesma forma, ver reconhecido o meu trabalho na Academia de Música enquanto aluno de violino, deixa-me, sem dúvida, muito feliz.
Quais os critérios usados para o repertório deste Musicatos?
O repertório deste Musicatos representa, de certa forma, todo o meu percurso ao longo destes anos em que frequentei a Academia de Música de S. João da Madeira. Deste modo, embora preferenciando as peças musicais praticadas mais recentemente, procurei incluir, da mesma forma, neste repertório musical, algumas das peças que mais me marcaram e, neste sentido, aquelas que mais gosto de tocar e, também, de ouvir.
O que é que as pessoas podem esperar desta sua atuação nos Paços da Cultura?
Poderão esperar por uma atuação onde serão percorridas diferentes épocas da história da música, variando entre música, marcadamente, clássica, mas não esquecendo, porém, a vertente romântica da mesma. Em suma, será uma atuação simples, mas que penso que, essencialmente, constituirá um bom momento musical.
O Pedro participa em vários eventos. Qual o mais marcante até ao momento?
Até agora, o evento mais marcante terá sido o momento em que tive a oportunidade de tocar em direto para a Antena 1, quando tinha cerca de 13 anos de idade. Apesar do nervosismo habitual, sinto que foi, sem dúvida, uma experiência muito enriquecedora.
Quantas obras compôs e apresentou ao longo do seu percurso musical?
Ao longo do meu percurso musical, compus, no total, três peças completas, tencionando, também, continuar a fazê-lo no futuro.
Dessas obras, qual considera ser a sua “obra-prima” e porquê?
Tendo em conta o número de obras da minha autoria até ao momento, é-me difícil enunciar qual delas será a minha “obra-prima”, ainda por cima porque apenas comecei a compor há relativamente pouco tempo. No entanto, aquele cujo resultado final me agradou mais foi: “The Path in the Woods”. Esta é uma obra que compus para violino e piano, quando frequentava a classe de composição da professora Natasha Pikoul, que será a pianista acompanhante neste Musicatos.
Participou na masterclasse de violino com o violinista Sergey Arutunian. Como foi esta experiência?
A masterclasse de violino com o violinista Sergey Arutunian foi, de facto, uma experiência única, uma vez que, através da mesma, tive a oportunidade de tocar para um violinista que me ajudou muito a aperfeiçoar a minha técnica no violino.
Neste momento, o Pedro frequenta o curso de Ciências e Tecnologias e o curso de Música com “resultados de excelência”. Como é conciliar os dois cursos?
Confesso que conciliar os dois cursos nem sempre é fácil. Para mim, os primeiros tempos em que iniciei os meus estudos no curso de Ciências e Tecnologias foram, talvez, os mais difíceis, uma vez que ainda me encontrava num processo de adaptação. No entanto, ao longo do tempo fui crescendo e foi com grande satisfação que consegui concluir ambos os cursos com os resultados que, desde sempre, tencionava atingir.
Qual será o seu futuro? As ciências ou a música? Ou ambos?
Da mesma forma que não me consigo separar por completo da música, também não conseguirei deixar as ciências completamente de parte. Assim, embora tencione enveredar por um curso superior mais científico, não deixarei, obviamente, de me dedicar à música e, em particular, ao violino, dado que é algo que, realmente, tem um significado muito importante para mim.
Programa
J.S. Bach
Partita Nº2 BWV 1004 em Ré menor para violino solo
Sarabande, Courante
Óscar da Silva
Mazurka
piano – Natasha Pikoul
W.A. Mozart
Concerto para violino em sol maior, K. 216,
1º and. (Allegro)
piano – Natasha Pikoul
Intervalo
I.Pleyel
Duo Nº 1 op.48, Allegro, Largo, Rondo
Violinos – Pedro Tavares e Prof. Richard Tomes
- Massenet
Meditation (Thais)
piano – Natasha Pikoul
L.Van Beethoven
Sonata para violino e piano op.24 ‘Primavera’
1º and. (Allegro)
piano – Natasha Pikoul