Estrutura móvel mais do que um cinema pretende ser uma ferramenta para a sociedade
O projeto Oliva Cinema Livre foi desenvolvido de 9 a 13 de julho pela Escola de Verão do Centro de Arte de S. João da Madeira e pelo Núcleo de Arte com a coordenação do arquiteto italiano Alberto Collet, a comunicação do arquiteto português Afonso Quintã e a participação da designer mexicana Daniela Córdova, a designer e investigadora portuguesa Isabel Cabral, o artista visual brasileiro Matheus Beltrão, a artista portuguesa Maria Sousa e a arquiteta argentina Rocío Lopez.
O protótipo deste cinema ao ar livre tem a entrada principal e quatro secundárias nas laterais.
As matérias primas usadas são a madeira e o tecido cru em que este último foi trabalhado na ideia de origami.
A união das duas matérias primas teve o intuito de “referenciar os formatos remanescentes da arquitetura industrial, forjada por um teor de linhas retas, de quando em vez brutas, metálicas, mecânicas, pré-moldadas: gradis, calhas, torres – reminiscências espalhadas pelas ruas de S. João da Madeira”.
O projeto foi criado “a partir de um módulo de madeira que se repete de maneira estratégica e age tal e qual um quebra-cabeças que pode vir a ser modelado de forma diferente a cada situação”.
Ele apresenta “uma cobertura central que se estende desde a entrada principal à tela de projeção” e as estruturas de madeira que aparecem nas laterais podem ser cobertas “a partir de lonas cortinadas”, segundo a reflexão memorial do Oliva Cinema Livre.
A Andreia Magalhães, diretora do Núcleo de Arte, restou agradecer o “esforço imenso” depositado neste projeto por todos os elementos da Escola de Verão cujo resultado final foi “extraordinário”.
O arquiteto Alberto Collet regressou pelo segundo ano consecutivo à Escola de Verão do Centro de Arte. A experiência deste ano, tal como a do ano anterior, foi “muito boa”. O projeto da edição deste ano permitiu “acordar a ideia do cinema ao ar livre experimentada no ano passado em Sagres”, disse Alberto Collet. Apesar de todos estarem “cansados”, igualmente estavam “contentes” por estarem a apresentar este trabalho no último dia da Escola de Verão, 13 de julho, no Núcleo de Arte da Oliva.
O arquiteto e coordenador agradeceu “a ajuda na construção da maquete e da estrutura que poderá acolher o cinema ao ar livre”.
A passagem do protótipo deste projeto para o terreno ainda não está a ser equacionada. Para já, “isto é o início e a partir de agora começamos a discutir as propostas” para o Oliva Cinema Livre, adiantou Andreia Magalhães aos presentes.
O Oliva Cinema Livre “não é um cinema, mas uma ferramenta para a sociedade. Uma sociedade do telemóvel que se distancia destes lugares comuns”, concluiu Afonso Quintã, sobre este espaço com “cultura de acesso diferente”.
