Esta última sexta-feira, com o cair da noite, S. João da Madeira recebeu “Tangran e o Chapeleiro – Episódio: Em Busca do Chapeleiro”. Este espetáculo multidisciplinar inédito, da autoria da  Artelier? – Companhia de Teatro de Rua, que combinou video mapping, teatro,  circo e multimédia, entre realidade e ficção, para fazer um elogio ao património da chapelaria, teve como palco a Praça 25 de Abril, em frente à Casa da Criatividade.

Para abordar a arqueologia emocional ligada ao trabalho da chapelaria e às suas diferentes referências históricas, esta companhia oriunda de Loures (distrito de Lisboa) já com 20 anos recorreu à figura imaginada de um “chapeleiro louco”, poetizado em torno do fantástico universo de Lewis Carroll, cuja missão era envolver e chamar o público a agir, em vários momentos. Um “desafio” que a levou a conhecer/ler o livro Unhas Negras e “ir ao âmago daquilo que [outrora] era o labor, da terra, das gentes e da indústria” sanjoanenses.

Em cena estiveram sete artistas, mas ao todo foram 12 as pessoas que integraram a equipa que “deu corpo e alma” a “Tangran e o Chapeleiro – Episódio: Em Busca do Chapeleiro”.

 

Sobrinho-neto de Vasco Santana fez parte do espetáculo

Na passada terça-feira, o laborfalou com Nuno Paulino sobre esta “criação e abordagem in situ e temática” levada a cabo pela Artelier? em S. João da Madeira, onde, aliás, atuou pela segunda vez. A primeira atuação remonta há 10 anos, curiosamente, também no âmbito do Hat Weekend Festival, mas “na altura foi só animação”, contou o diretor artístico ao jornal.

O responsável referiu-se a “Tangran e o Chapeleiro – Episódio: Em Busca do Chapeleiro”, cuja preparação durou cerca de um mês, como “um espetáculo de ficção científica” que ele e os artistas não se importavam de repetir. “Não gosto muito de me entusiasmar com os aplausos, mas a verdade é que as pessoas aplaudiram bastante”, disse.

Segundo Nuno Paulino, “as pessoas sentiram que havia alguém a falar-lhes do seu património emocional”. Em S. João da Madeira, a Artelier? encontrou “um público inteligente que de uma forma muito adulta soube ouvir, ver, sentir e até participar”. Tanto que “gostava de voltar a S. João da Madeira, quem sabe no âmbito do Hat Weekend Festival, mas, como é evidente, isso cabe à organização do evento decidir”.

Já agora, a título de curiosidade, Jorge Ferreira, sobrinho-neto do saudoso ator português Vasco Santana, integra a Artelier? e foi um dos artistas que representaram na “cidade do labor”.  Recorde-se que Vasco Santana ficou conhecido por, entre outras coisas, a expressão “chapéus há muitos” proferidano clássico do cinema português “A Canção de Lisboa”.

 

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