Ecos Urbanos promete participar no próximo Hat Weekend Festival novamente com o projeto Fundição de Memórias
O primeiro dia do Hat Weekend Festival ainda ficou marcado pela apresentação pública do projeto Fundição de Memórias, da autoria da Associação de Jovens Ecos Urbanos. Contando com a colaboração de um coletivo de artistas, esta agremiação de S. João da Madeira montou no “largo da PT”, na Rua Padre Oliveira, mais conhecida pela “rua dos bares”, uma instalação performativa que, ao longo dos três dias do festival do chapéu, proporcionou a cerca de 700 visitantes uma viagem sensorial pelo universo simbólico do chapéu.
Com uma duração de dois anos, Fundição de Memórias surge “na linha do trabalho de desenvolvimento comunitário prosseguido pela Ecos Urbanos, de proximidade à música, dança, poesia e outras artes e que consubstancia o seu trabalho diário no desenvolvimento dos conteúdos criativos e na mediação da ideia, própria ou proposta, à fruição cultural da comunidade, em particular no trabalho desenvolvido com públicos sócio e economicamente mais vulneráveis”, conforme refere o dossier de imprensa a que o labor teve acesso.
“Esta equipa foi a minha ‘dream team’”
Em declarações exclusivas ao nosso jornal, Maria João Leite afirmou que “este projeto só poderia ser pensado de forma coletiva” e, assim sendo, o “primeiro passo” a dar “foi convidar as pessoas que gosto e admiro”.
“Esta equipa foi a minha ‘dream team’. Foi o pilar para o que viria a seguir, o trabalho com os diferentes grupos, na linha do trabalho de desenvolvimento comunitário que temos vindo a desenvolver”, prosseguiu a diretora técnica, assegurando que acompanhou “o trabalho com os diferentes grupos ao longo de dois meses”, o que lhe “deu confiança para acreditar que este projeto se transformaria num labirinto feito com o amor da comunidade, numa verdadeira partilha”.
A base da criação artística do Labirinto Sensorial foram – segundo disse a também técnica superior de Serviço Social ao labor – “as ligações que se estabeleceram entre as pessoas”. “Sinergia será a palavra-chave desta experiência, entre artistas, instituições e o tecido industrial sanjoanense. O todo foi muito maior que a soma das partes, pela generosidade e envolvimento de cada um”, completou a ideia.
Para além dos “óbvios agradecimentos” à câmara municipal, Museu da Chapelaria, Oliva Creative Factory, Habitar S. João e Turismo Industrial, Maria João Leite referiu que estão “profundamente gratos à Picoven, Cei-Zipor, Cartonagem Trindade, Limpária, Maginas, Cooperativa Agrícola, Bulhosas, Cooperativa Agrícola de Santa Maria da Feira e S. João da Madeira, Feltrando, Fepsa, Heliotextil, Mastersom, Neptúlia, Placatex, Taberna do Zé, Viarco, Easycópia, Moldura Rápida, bombeiros voluntários de S. João da Madeira e equipa de voluntários, tendo esta última abraçado “este desafio como se estivesse a construir e a habitar a sua própria casa de sonhos”.
O reconhecimento público é também extensivo aos artistas que abraçaram este “desafio”, que ainda implicou “um mês de criação e planificação, dois meses de desenvolvimento de trabalhos com os grupos e pouco mais de uma semana para montagens”.
Os comentários deixados no livro de honra à saída do Labirinto Sensorial “foram muito positivos, deixando-nos muito felizes com o resultado criado pelos tais artistas”, disse Maria João Leite, referindo-se concretamente a Helena Oliveira, do Grupo de Dança Criativa da Associação de Jovens Ecos Urbanos, que trabalhou a ligação da indústria chapeleira com a água; a Paulina Oliveira e Sara Sofia Araújo que, em conjunto com a Oficina de Artistas, criaram um conjunto de histórias de chapéus, desde uma linha de montagem no reino da fantasia à história de vida de diferentes chapéus; a Daniela Duarte, designer de moda criadora da marca “daniela ponto final”, que construiu com o Grupo de Tricô do Orreiro uma grande instalação colorida que fez parte do percurso sensorial; a Paulo Pimenta que, juntamente com jovens que integram o Grupo de Apoio ao Estudo da Mourisca, proporcionou um olhar surpreendente sobre a cidade; à Arte do Som que transportou a todos para um ambiente descontraído através da música e numa homenagem aos chapéus de palha e ao verão; ao Coro dos Pequenos Cantores que “jogou” com a surpresa usando as suas vozes através de um corredor que não revelava tudo”.
Nota ainda para o facto de a instalação do Labirinto Sensorial ter sido “pensada na cumplicidade de uma equipa multidisciplinar”. “Comigo estiveram a Celeste Cerqueira (artes visuais), o Marcelo Ribeiro (som e luz) e a Margarida Marques (arquiteta)”, fez questão de acrescentar Maria João Leite.

“Labirinto Sensorial foi um sucesso”
“O Labirinto Sensorial foi um sucesso. A Associação de Jovens Ecos Urbanos reuniu, no seu projetoFundição de Memórias, uma verdadeira “constelação de estrelas”, e o resultado foi aquele que muitos tiveram a oportunidade de experienciar ao longo dos três dias do evento”. Quem o disse foi Rita Pereira.
Em declarações ao labor, a presidente da direção desta agremiação de S. João da Madeira referiu-se ao Fundição de Memórias como “um projeto fora da caixa”, com o qual se percebe que “só quando ‘rasgamos’ a normalidade é que conseguimos sentir os sentidos e prestar-lhes a devida atenção”.
“Estamos muito gratos a todos os que fizeram parte do Fundição de Memórias e que permitiram a todos os que nos visitaram sentir”, acrescentou a dirigente.