Município está a estudar a “melhor solução”
Instalada na Oliva Creative Factory (OCF), no exterior junto à entrada do Centro de Arte de S. João da Madeira, desde a segunda semana de julho, a secção do Muro de Berlim do casal de colecionadores de arte contemporânea Norlinda e José Lima vai ser colocada, posteriormente, num local público da cidade, “em que sejam asseguradas, em simultâneo, boas condições de preservação e acessibilidade ao público”, garantiu a câmara municipal ao labor, acrescentando que “está a ser estudada a melhor solução”.
“Este processo requer um plano de implementação urbanístico, que está a ser desenvolvido, sendo que a escolha do lugar será definida em articulação com os colecionadores”, disse ainda a propósito a autarquia sanjoanense.
A peça em questão “é uma nova incorporação na Coleção Norlinda e José Lima, acervo que o Núcleo de Arte da Oliva (NAO)acolhe, em regime de cedência em depósito dos colecionadores ao Município”.
Recorde-se que, tal como o jornal noticiou em primeira mão, esta é uma das duas secções do Muro de Berlim existentes no país. A outra encontra-se exposta no Santuário de Fátima, na cidade de Fátima (concelho de Ourém), desde 1991.
José Lima, que também é empresário do setor do calçado, adquiriu-a a um particular, que o tinha “em sua casa a 30 quilómetros do centro de Berlim”, por um valor que não quis revelar ao labor.
A título de curiosidade, este símbolo de união e paz, que agora pode ser apreciado na cidade, “pesa 2.600 kg e tem 3,20 metros de altura e 1,25 de largura”,sendo originalmente oriundo da Potsdamer Platz, que “atualmente é uma praça central de Berlim, mas que na altura era praticamente deserta”.
“Fragmento” “pode ser um chamariz para o Núcleo de Arte”
Em declarações ao nosso semanário, José Lima informou que desde a chegada do “fragmento” histórico à OCF que não voltou a falar com a autarquia. Em seu entender, “manter aquilo onde está não chega”, mas agora também “não é a melhor altura” para se decidir o que quer que seja.
“Depois das férias”, o colecionador conta poder sentar-se a uma mesa com quem de direito, inclusive com um curador e um arquiteto, para então se tomar decisões. E, na sua ótica, “a melhor solução” era “a secção ficar numa zona de arte, na própria Oliva”. Este “fragmento” histórico “pode ser um chamariz para o Núcleo de Arte”, completou a ideia, não pondo de fora a hipótese de a secção ficar patente no interior do próprio NAO.
José Lima foi mais longe referindo que “não o estou a ver muito bem num espaço público [como a Praça Luís Ribeiro ou o Parque Urbano do Rio Ul]”. Se tal acontecer, “será mais um mamarracho”, avisou.