Para um dos dois concertos que a cantora de jazz norte-americana vai dar em Portugal

É já esta sexta-feira, pelas 22h00, que Jacqui Naylor atua na Casa da Criatividade, em S. João da Madeira (SJM). Esta cantora norte-americana, difícil de categorizar, deambulando entre um jazz puramente vocal e uma abordagem folk-rock mais alternativa, “inaugura” o primeiro Novembro Jazz, com um dos dois concertos que vai dar em Portugal este ano (o outro espetáculo está agendado para este sábado, 3 de novembro, na Casa das Artes de Arco de Valdevez).

O novo projeto camarário foi apresentado na passada quinta-feira numa conferência de imprensa (CI) no palco da Casa da Criatividade, precisamente, onde têm lugar os quatro espetáculos que fazem parte do cartaz pensado “para todos”. Já a masterclasse de Iniciação ao Jazz, com Sandro Norton, decorre nos Paços da Cultura.

Por falar em Sandro Norton, foi ao som deste músico e compositor nascido no Porto que teve início a CI onde Jorge Sequeira e Suzana Menezes, o presidente e a chefe da divisão da Cultura da câmara, respetivamente, deram a conhecer a nova aposta cultural do Município, que visa levar sanjoanenses e gentes de outras paragens a ‘descobrirem’ este género musical pouco explorado em SJM.

Novembro Jazz, para além de divulgar música jazz de qualidade, também tem como preocupação estimular a criação de novos públicos e formar jovens músicos, nomeadamente, através da masterclasse agendada para 24 de novembro. A iniciativa vai ter continuidade já no próximo ano, conforme os dois responsáveis asseguraram.

No caso de Suzana Menezes, referiu ainda, repetindo o que já havia dito em primeira mão ao laborna última edição do jornal, que “o que se pretende, fundamentalmente, é mostrar que o jazz é para todos e de todos e fazê-lo de uma forma descomprometida, levando o nosso público a descobrir novos e reconhecidos músicos e novas formas de performance”. “Aliás, o grande mote desta primeira edição é precisamente esse: “descobrir”, reforçou a ideia.

Luísa Sobral apresenta novo single na Casa da Criatividade dia 9

No dia 9, pelas 22h00, é a vez de Luísa Sobral subir ao palco da Casa da Criatividade. A sua carreira começou aos 16 anos de idade quando concorreu ao Ídolos (SIC). Depois disso, mudou-se para os EUA para estudar na Berklee College of Music. O álbum de estreia, The Cherry on my Cake, foi editado em 2011, e ao fim da primeira semana ocupava já a terceira posição das tabelas em Portugal. Em 2012, tornou-se na terceira artista portuguesa a atuar no programa Jools Holland, apresentando canções suas e dividindo o palco com Melody Gardot. Nesse mesmo ano, gravou com Alexandro Sanz e David Fonseca. Em 2016 editou o álbum Luísa, que foi apresentado ao vivo pelo país. O disco foi gravado em Los Angeles, no mítico United Recording Studios.

“Este é um dos espetáculos que ninguém vai querer perder” até porque Luísa Sobral vai apresentar-se num novo formato, em duo com o guitarrista Mário Delgado.

 JP Simões atua dia 16

A emblemática voz de JP Simões chega a S. João da Madeira no dia 16. Este é, de acordo com Suzana Menezes, “o nome menos óbvio do mundo jazzístico”. JP Simões começou por estudar Jornalismo, depois Direito da Comunicação, seguindo-se Escrita de Argumento, Língua Árabe, Teoria da Literatura e Saxofone. Pelo caminho, dedicou-se à música, tendo passado pelos projetos Pop Dell’ Arte, Belle Chase Hotel e Quinteto Tati.

Neste momento, Nicholas Bloomé o nome da sua mais recente aventura musical e é esta nova aventura que vai partilhar com quem estiver presente na Casa da Criatividade, a partir das 22h00. Numa refrescante e luminosa viagem musical, o músico português desenha paisagens sonoras com uma postura íntima e de escrita confessional, manifestamente distinta do reportório que conhecemos até hoje. 

Masterclasse de Iniciação ao Jazz com Sandro Norton

Entretanto, apostando na dimensão formativa, os Paços da Cultura acolhem, no dia 24, pelas 10h00, uma masterclasse de Iniciação ao Jazz, dirigida por Sandro Norton, atualmente reconhecido pela sua excelente técnica de improvisação e pelo domínio da guitarra percussiva. Este workshop tem um custo de 20 euros, dirigindo-se a pessoas com idades a partir dos 15 anos. Por se pretender que seja “uma masterclasse quase personalizada”, está limitado a apenas 25 participantes.

Sandro Norton, durante o seu percurso universitário, estudou com Mike Outram, Shaun Baxter, Ian Scott, Phillip Mead, Dave Cliff, Simon Philip, Eddie Harvey, Paul Elliot, entre outros. Teve aulas particulares com Charlie Banacos, David Lucas, Gary Burton, Mike Stern, Jim Hall, Eric Roche, Jonathan Kreisberg, Vicki Genfan e também com o Dr. Barry Harris. Como professor, elaborou programas de jazz, treino auditivo, harmonia e instrumento, tendo ministrado aulas a mais de 1.000 alunos de 80 nacionalidades. Presentemente colabora com a Lick Library como “guitar educator”.

Festival encerra com Orquestra de Jazz de Matosinhos

O evento encerra no dia 30, novamente na Casa da Criatividade, com a Orquestra de Jazz de Matosinhos e João Paulo Esteves da Silva. Criada em 1999, esta orquestra é hoje um laboratório permanente que, não esquecendo a tradição das grandes big bandsdo passado, promove continuamente a criação, a investigação, a divulgação e a formação na área do jazz.

Dirigida por Pedro Guedes e Carlos Azevedo, tem colaborado com nomes tão diversos como Maria Schneider, Carla Bley, Lee Konitz, John Hollenbeck, Jim McNeely, Kurt Rosenwinkel, João Paulo Esteves da Silva, Carlos Bica, Ingrid Jensen, Bob Berg, Conrad Herwig, entre dezenas de muitos outros.

Em Novembro Jazz vamos poder ver “Bela Senão Sem”, canções sem palavras do pianista João Paulo Esteves da Silva. Mas são canções que se valem da musicalidade da Língua Portuguesa, de uma enorme criatividade melódica e que, mais tarde ou mais cedo, retomam os caminhos imprevistos da improvisação.

Este projeto assume especial significado por ser a primeira vez que a orquestra matosinhense se volta nestes moldes para um compositor português.

Município promove pela primeira vez um bilhete único

“Pensando em todos (e ainda que os bilhetes individualmente sejam já muito acessíveis, variando entre os cinco e os 10 euros e podendo ser adquiridos em www.bol.pte nos outros locais já habituais), Novembro Jazz tem a particularidade de disponibilizar um bilhete único que dá acesso a todos os espetáculos (exceto à masterclasse), com descontos muito vantajosos”, informou Suzana Menezes, chamando a atenção para que é a primeira vez que tal acontece.

O Município de SJM continua, assim, a sua aposta na democratização do acesso à cultura, através de “uma política de contenção em termos de preço da bilhética”.

BILHETE ÚNICO PARA O FESTIVAL

(disponível apenas na bilheteira local)

Bilhete 1

Plateia de A a I | 28,5 euros

Bilhete 2

Plateia de J a R + Cadeiras de Orquestra | 25,5 euros

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