No fim de semana de 6 e 7 de outubro, dois gansos e um pato foram encontrados mortos, decapitados, no Parque Urbano do Rio Ul (PURU), em S. João da Madeira, tendo sido ainda detetado o desaparecimento de um terceiro ganso.
“Os serviços da autarquia conseguiram recolher os corpos de um dos gansos e do pato, mas não as cabeças, tendo obtido a informação de que o corpo de um outro ganso encontrado na mesma situação fora depositado por alguém num contentor de resíduos, não tendo sido possível recuperá-lo”, esclareceu o Município esta última quarta-feira, retificando o que havia adiantado na sexta-feira passada e que o labor publicou na sua página de Facebook no mesmo dia.
O caso foi comunicado ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda nacional Republicana (GNR) de Santa Maria da Feira, autoridade que esteve no local a tomar conta da ocorrência e a recolher informações, tendo visto e fotografado os dois corpos de aves que haviam sido recolhidos.
Até ao momento, a câmara desconhece o que terá estado na origem da morte destas aves, “que se encontravam em plena liberdade neste espaço verde da cidade, como muitos outros animais que espontaneamente aí têm habitat”.
Em declarações exclusivas ao jornal, a GNR, através do seu comando de Aveiro, confirmou a deslocação, no passado dia 8, de elementos do Núcleo de Proteção Ambiental da GNR feirense ao PURU, onde, “de facto, confirmou a existência de algumas aves mortas”.
“Estavam dentro de uns caixotes do lixo”, adiantou a fonte policial ao labor, acrescentando que “tentaram [na altura] averiguar o que se passou e que ainda estão a fazer diligências nesse sentido”. A GNR disse ainda não ter levado os cadáveres das aves consigo.
Ani São-João “repugna o sucedido” e vai apresentar queixa-crime
Só na sexta-feira transata é que, pela comunicação social, a Ani São-João – Associação dos Amigos dos Animais de S. João da Madeira tomou conhecimento deste “ato bárbaro, cruel e com grandes laivos de psicopatia”.
Além de repugnar “veementemente o sucedido”, a associação sanjoanense vai apresentar queixa-crime junto do Ministério Público, apelando “aos munícipes de S. João da Madeira, especialmente aos utentes do Parque Urbano do Rio Ul, bem como aos simpatizantes da causa animal e da natureza, para fazerem o mesmo, no sentido de não permitir que este crime seja arquivado sem rosto”.
Ao labor, a Ani São-João disse também que, “logo que tomou conhecimento da macabra ocorrência”, contactou a câmara municipal “indagando quais os procedimentos jurídicos encetados após a descoberta dos animais decapitados, quais os meios de proteção levados a cabo para proteger os animais sobreviventes deste ataque e demais informações que se afiguram fulcrais para a transparência desta situação. Mas, até ao momento, não obteve resposta.
Ocorrência idêntica em município vizinho
A Ani São-João ainda avançou ao semanário que, entretanto, tomou “conhecimento de uma ocorrência com contornos muito semelhantes num também conhecido parque urbano de um município próximo de S. João da Madeira”. Aliás, espera que, “nesta altura, as patrulhas na investigação de ambos os casos articulem meios para perceber se se trata de uma situação congénere que pode estar a propagar-se entre os concelhos vizinhos”.
Questionada sobre qual é o município, a Ani São-João escusou-se a responder.