Intervenção nesta EB1 não se vai ficar apenas pela retirada do amianto inicialmente prevista

Para além da retirada da cobertura em fibrocimento com amianto e da sua substituição por painéis metálicos duplos isolantes, que começou a ser feita já em tempo de aulas e ainda não está concluída, a Escola EB1/Jardim de Infância (JI) de Fundo de Vila vai ser alvo de outras obras, desta feita “de restauro”. Trata-se de trabalhos “ao nível das paredes, teto, sistema elétrico, chão”, etc., que a câmara municipal (CM) já previa levar a cabo, mas não agora.

É do conhecimento público que o edifício tem vindo a degradar-se ao longo dos últimos anos. Aliás, consciente disso, a CM considerou-o “prioritário”, integrando-o na lista das três primeiras EB1/JI onde o amianto vai ser retirado no âmbito de empreitadas de cerca de 350 mil euros, contando também com a intervenção no Complexo Desportivo Paulo Pinto. O mesmo será feito oportunamente nos restantes quatro estabelecimentos escolares sob alçada da edilidade, encontrando-se já elaborados os respetivos projetos.

No entanto, foram os efeitos do mau tempo (água até aos tornozelos em algumas divisões, o teto caído numa das salas, o chão em linóleo a começar a abrir pequenos buracos, bolor nas paredes, entre outros) com que se deparou – primeiro no passado dia 12 e depois no domingo seguinte – que levaram a comunidade educativa de Fundo de Vila a pedir a intervenção do Município e ao “aceleramento” da reabilitação desta unidade escolar sanjoanense. Tanto que o executivo municipal já alocou uma verba do Orçamento Municipal com essa finalidade. O labor tentou saber junto da autarquia o valor, mas tal não foi possível até ao fecho da edição.

“A segurança e a salubridade da comunidade escolar estão em risco”

O anúncio destas novas obras foi feito por Jorge Sequeira na reunião de câmara desta semana, depois de a presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da Escola EB1/JI de Fundo de Vila ter pedido “respostas”. Joana Dias usou os minutos a que tinha direito no período destinado ao público para “defender a sua dama”, chamando a atenção para que, neste momento, “a segurança e a salubridade da comunidade escolar estão em risco”.

A dirigente associativa já nem quis questionar o “timing” da retirada do amianto, que, na sua opinião, “não podia ter sido pior”. Apenas perguntou “se estão previstas as devidas reparações na escola e em que moldes vão ser feitas”.

“Presidente agiu de forma desapaixonada”

No que diz respeito a esta situação, Paulo Cavaleiro acusou a maioria de ter cometido dois erros. O primeiro foi, segundo o vereador da oposição, o “timing” escolhido. “Foi uma má decisão fazer obras nesta altura”, afirmou, prosseguindo: “O segundo erro foi a forma como a câmara aborda o problema”.

Para Paulo Cavaleiro, este “assunto merecia uma atenção diferente”, “outro cuidado”. Na sua ótica, “o presidente agiu de forma desapaixonada” perante aquela que diz ser a sua “paixão” – leia-se Educação.

“Não consigo perceber como não corre a dar a cara. Lá ter ido era o mínimo que se exigia”, defendeu o membro da coligação PSD/CDS-PP, não compreendendo o porquê de lá terem estado, no dia 14, o vice-presidente, José Nuno Vieira, e a vereadora da Educação, Irene Guimarães, juntamente com técnicos camarários, e não ter estado Jorge Sequeira. Além disso, Paulo Cavaleiro referiu que não entendia como é que só se deslocaram ao local naquele domingo “quando o problema começou já na sexta-feira”, depois das chuvadas do 11 de outubro.

“A câmara agiu tardiamente, a solidariedade da câmara devia ter começado imediatamente na sexta-feira”, “apontou o dedo”.

“Segurança das crianças nunca esteve em risco”

Ripostando, Jorge Sequeira começou por deixar claro que “não fujo aos problemas”. “Não é meu timbre [fazê-lo] nem tenho nenhum problema em dar a cara”, completou, dizendo que está, assim como sempre esteve, “disponível para falar” com a APEE e que visitou a escola na semana transata.

Seguidamente, garantiu que “a segurança das crianças nunca esteve em risco”. Aliás, chegou a ser colocada “a hipótese de haver transferência das crianças para outras escolas com salas vazias”, o que “só não aconteceu porque não se sentiu essa necessidade”.

“Tomámos como opção fazer as obras agora” “para que os efeitos positivos se sentissem já”, argumentou o edil, que, não obstante estar consciente de que “agimos com a melhor das intenções”, aceita “o julgamento moral”.

 

 

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