Novo projeto vai começar por ser posto em prática só em Santa Maria da Feira. Já esta quinta-feira
O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV) – que, entre outros, abarca o Hospital de S. João da Madeira – é um dos mais de 20 centros hospitalares e hospitais portugueses onde vai ser criada uma Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), em “alternativa ao internamento convencional”, proporcionando assistência contínua e coordenada aos doentes nas suas próprias casas. Mas isto, note-se, desde que os pacientes “cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitam a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde que constituam a unidade, com a sua concordância e da família”.
Já posto em prática em vários países, este projeto ainda é recente em Portugal, estando apenas a ser desenvolvido em pleno no Hospital Garcia de Ortacuja área de influência direta abrange os concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra. Acontece que o CHEDV, segundo informações adiantadas pelo próprio ao labor, “já teve luz verde da Administração Central do Sistema de Saúde para avançar” com esta unidade, “que trará várias vantagens, como a redução do risco de complicações, a diminuição dos reinternamentos hospitalares e a redução da taxa de infeção hospitalar”.
Em declarações ao nosso jornal, o CHEDV disse também que “a hospitalização domiciliária tem ainda o potencial de contribuir para uma melhor gestão clínica das camas hospitalares nas especialidades médicas e, consequentemente, para melhorar a resposta às situações cirúrgicas, devido a maior disponibilidade de camas para as especialidades cirúrgicas”.
Sendo formadas por médicos e enfermeiros, as equipas da UHD vão estar disponíveis 24 horas por dia. Recorde-se que o CHEDV já presta, há vários anos, um serviço de Enfermagem no Domicílio, que reduz significativamente os dias de internamento cirúrgicos, aos utentes que necessitem de cuidados de enfermagem.
Esta oferta abrange igualmente S. João da Madeira (SJM), “mas de forma pontual”. “Face a casos específicos e que o justifiquem o enfermeiro pode deslocar-se a SJM, analisando caso a caso”, explicou o CHEDV, acrescentando que “de momento (dia 25 de outubro) não há nenhum caso de acompanhamento domiciliário de enfermagem em SJM”.
Novo modelo de saúde começará por ser aplicado a seis doentes feirenses
“Para já, a hospitalização domiciliária avança só na Feira”, informou o CHEDV. O novo modelo de saúde começará por aplicar-se a seis doentes residentes no município de Santa Maria da Feira e que tenham domicílio a uma distância máxima de 30 quilómetros ou a 30 minutos do Hospital S. Sebastião, de modo a garantir acessibilidade e resposta em tempo útil.
O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga espera que, “dentro de dois meses, de forma sustentada e após esta fase piloto, se possa dar início a uma expansão gradual do serviço até aos 15 internamentos”.
Quanto a SJM, acredita que “no próximo ano já estaremos a tratar doentes em hospitalização domiciliária no concelho de S. João da Madeira”. “De acordo com os critérios de distância (medida em quilómetros e em tempo de viagem), o concelho sanjoanense será abrangido pelo projeto logo que esta fase de arranque esteja consolidada”, completou o CHEDV.