Luís Neves, novo líder da JSD, não poupou nas críticas aos anteriores líderes e equipas
A tomada de posse dos novos elementos da JSD de S. João da Madeira realizou-se no dia 10 de novembro na Casa das Associações.
A intervenção do líder Luís Neves deixou bem clara a intenção de começar a traçar, juntamente com a sua equipa, um “caminho novo”, indo assim ao encontro do mote da sua candidatura “Um Tempo Novo”.
E entre as primeiras palavras estiveram algumas críticas dirigidas às anteriores lideranças da JSD. “Acabou a ´dinastia´. Acabaram as lideranças de fachada. Hoje acabamos com a claustrofobia democrática que os militantes da JSD de S. João da Madeira lhes viram imposta nos últimos anos”, começou por dizer Luís Neves, para indicar logo a seguir que sob a sua liderança nascerá “uma JSD aberta aos seus militantes”, “ativa” e “disponível para debater o futuro” do concelho e, principalmente, dos jovens.
Acerca desta “dinastia”, destas “lideranças de fachada” e da “claustrofobia democrática” vivida pelos militantes da JSD nos últimos anos, Luís Neves não quis mencionar nomes “por uma questão de união partidária”, mas apenas e só “passar uma mensagem” que seria entendida internamente, afirmou quando questionado pelo labor.
O primeiro passo dado neste percurso de dois anos com o objetivo de “trabalhar pelos jovens e com os jovens” foi dado com a proposta de reabilitação do Cartão Jovem Municipal da JSD, em conjunto com o PSD, que foi aceite pelo executivo socialista e incluída no Orçamento Municipal de 2019.
O líder Luís Neves admitiu que ambicionam mais, não vão ficar por aqui e estão a preparar um conjunto de iniciativas com vista às eleições europeias e legislativas, “sem perder o foco” nas eleições autárquicas de 2021. Para as quais pretendem construir, juntamente com o PSD, “um projeto político alternativo para os próximos dois anos, capaz de mostrar aos eleitores sanjoanenses que é preciso mudar”, adiantou Luís Neves, reforçando novamente o apoio da JSD ao PSD desde que seja respeitada a sua “independência” e “autonomia”.
A nova equipa da JSD quer “despertar consciências, formar melhores jovens, mais atentos e preocupados com a vida do concelho”, avançou o seu líder Luís Neves, assumindo como “um dos grandes compromissos” deste mandato a preparação de jovens para serem eleitos para as assembleias de freguesia e municipal. Um compromisso que só será possível com o “projetar e agir, definir uma estratégia, arregaçar as mangas e trabalhar”, admitiu o novo líder da JSD, pedindo aos presentes para neste novo caminho seguirem “juntos. É um Tempo Novo e esta mudança não pode parar”.
Naquele dia dedicado à juventude, Susana Lamas, a presidente do PSD local, decidiu “felicitar” os jovens que integram a equipa da JSD neste “período difícil” em que o PSD é uma das forças de oposição tanto a nível local e nacional. “Temos confiança nas vossas capacidades para fazer um excelente trabalho em prol da juventude de S. João da Madeira”, continuou Susana Lamas, esclarecendo que “não pedimos que mudem o mundo, mas deem o vosso contributo para que juntos participemos na mudança da nossa cidade”.
Jovens da JSD “não vão pôr o mundo direito, mas está ao vosso alcance mudar a vida das pessoas que estão próximas de vós”
Uma das presenças previstas era a de André Neves, líder da distrital da JSD de Aveiro, que devido a motivos profissionais não esteve presente, mas esteve representado por Carlos Seixas, líder da JSD de Santa Maria da Feira e secretário-geral da distrital da JSD de Aveiro, explicando, em nome de André Neves, que “quando estamos na política por paixão temos de optar pela vida profissional em vários momentos”.
Nesta cerimónia de mudança de liderança, Carlos Seixas destacou a formação. “A formação é muito importante para os jovens terem uma vida política ativa”, salientou Carlos Seixas, reforçando que é dado “muito valor” à formação na distrital. O secretário-geral da distrital acredita que Luís Neves e a sua equipa vão ser “capazes” de desempenhar bem o seu papel esteja o partido no poder ou na oposição.
Já Margarida Balseiro Lopes, líder da JSD nacional, não escondeu o “orgulho” em estar em S. João da Madeira e a “grande alegria” pela “vitalidade” que presenciou através das intervenções anteriores. “A JSD deve ser um exemplo de lealdade e de autonomia em relação ao partido”, indicou Margarida Balseiro Lopes, mencionando, mais do que uma vez, que “uma razão que nunca devemos perder na JSD é a intenção de mudar e melhorar a vida daqueles que nos rodeiam”. Num âmbito mais nacional e relativo aos temas colocados à discussão pela JSD, “não há temas de jovens, todos os temas dizem respeito aos jovens em Portugal”, salientou a própria líder.
No seu discurso, Manuel Castro Almeida, vice-presidente do PSD nacional, deixou claro que “as gerações mudam, mas há coisas que não mudam nem têm de mudar como os valores”. “Temos de saber quais são os nossos valores e os melhores valores para a nossa sociedade”, continuou até chegar precisamente onde queria que é à diferença entre os valores do PSD e dos “outros” que é como quem diz a esquerda.
“Nós acreditamos que o que faz evoluir o mundo é a iniciativa de cada indivíduo” ao criar um projeto sozinho ou uma empresa que gera “riqueza, com isso cria emprego e anda com o mundo para a frente”, explicou Manuel Castro Almeida. “Os nossos amigos, ou seja, o que lá for à esquerda, acham que a iniciativa é do Estado que vai buscar o dinheiro onde? Aos impostos. Eles acham que o que é preciso é distribuir”, criticou o vice-presidente do PSD nacional.
Manuel Castro Almeida felicitou “os jovens que aceitaram trabalhar na JSD, trabalhar para os outros. Acho que não vão pôr o mundo direito, mas está ao vosso alcance mudar a vida das pessoas que estão próximas de vós”. O vice-presidente dos sociais democratas demonstrou estar confiante com o desempenho do seu partido nas eleições europeias cujo resultado poderá dar um novo impulso às eleições legislativas. “Temos boas condições para disputar e ganhar as eleições europeias. O resultado pode inverter o tabuleiro para as eleições legislativas. Nós estávamos em desvantagem para ganhar as eleições se fossem agora, mas não são, são em setembro de 2019. Os rostos da esperança são Rui Rio e Margarida Balseiro Lopes”, concluiu Manuel Castro Almeida.
Comissão Política da JSD
Presidente: Luís Neves
Vice-presidentes: Gonçalo Fernandes, Francisco Costa e João Neves
Secretário-geral: Raquel Costa
Vogais: Bárbara Pessoa, Maria João, Sara Santos, Júlio Rainho, Catarina Silva
e João Lima
Suplentes: Sandra Soares e Francisco Costa
Mesa do Plenário
Presidente: Ana Rita Azevedo
Vice-presidente: Joana Pessoa
Secretário-geral: Júnia Cavaleiro
Suplente: André Portal