O desinteresse dos associados alvinegros relativamente à vida do clube parece manter-se, com pouco mais de duas dezenas de sócios, ainda que muitos estivessem, de alguma forma, ligados ao clube, a marcarem presença na última Assembleia Geral da Associação Desportiva Sanjoanense, realizada no passado dia 9 de novembro.
E foi perante uma participação extremamente reduzida que o presidente alvinegro, Luís Vargas, apresentou o Relatório e Contas do exercício de 2017, que refletia no final do ano (31 de dezembro de 2017) um passivo de quase 499 mil euros, demonstrando uma redução de mais de 77 mil relativamente a 2016, que se situava perto dos 577 mil euros. O volume de receitas também acompanhou o passivo no mesmo sentido, registando-se uma diminuição de mais de 175 mil euros comparativamente ao ano anterior, ficando-se em pouco mais de 651 mil face aos mais de 827 mil euros registados em 2016.
O mesmo verificou-se com as despesas do clube alvinegro, que em 2017 foram de 583 mil euros, menos 110 mil relativamente ao ano anterior. Todos estes valores permitiram que a Associação Desportiva Sanjoanense atingisse no final de 2017 um resultado líquido positivo de mais de 68 mil euros, número que, ainda que favorável, é bastante inferior aos quase 134 mil de 2016.
“Como presidente apraz-me registar algumas orientações que têm caraterizado, consecutivamente, os já quase oito anos de presidência”, referiu Luís Vargas, que destacou “o rigor das contas, a constante diminuição do passivo, o aumento do ecletismo do clube, a defesa intransigente dos interesses e valores da Sanjoanense, as tentativas de conciliação na gestão de interesses particulares de cada secção, a manutenção ou melhoria dos padrões de qualidade desportiva e a melhoria das infraestruturas do clube”.
Em termos desportivos, o responsável alvinegro sublinhou a manutenção e crescimento da competitividade das equipas, bem como o aumento do número de atletas e das modalidades, recordando a conquista, na última época, dos vários títulos no andebol, basquetebol, hóquei em patins e natação, com Ana Rodrigues a somar ainda dois recordes nacionais, e os segundos lugares alcançados no futebol de formação.
O dirigente não deixou de fora o bilhar, esclarecendo que se encontra numa “fase de reestruturação”, e a ginástica e patinagem artística, modalidades onde realça “o aumento considerável de atletas”.
Sem deixar de fora as várias iniciativas promovidas pela Sanjoanense, como o Dia da ADS, os diversos torneios ou o terceiro Simpósio de Medicina Desportiva, Luís Vargas destacou ainda o investimento na substituição da iluminação do pavilhão e a vertente social do Centro de Fisioterapia, cuja gestão foi atribuída ao clube em parceria com a junta de freguesia de S. João da Madeira, com quase uma centena de pensionistas observados, aos quais se somam mais de 360 atletas.
Na leitura do parecer do Concelho Fiscal, relativamente ao exercício de 2017, Manuel Correia, vice-presidente do órgão, referiu que a “apresentação das contas é feita de forma mais fundamentada e rigorosa, o que constitui uma evolução positiva em relação ao exercício anterior”, no entanto, destacou, pela negativa, “o facto de que as contas já deveriam ter sido aprovadas em Assembleia Geral em momento anterior”.
Com a aprovação do Relatório e Contas do exercício de 2017, com 23 votos favoráveis e apenas um contra, a reunião prosseguiu com a votação da proposta de alteração das quotizações dos associados. “É muito importante que se encontrem estratégias para, por um lado, atrair mais associados e, por outro, trazer de volta aqueles que saíram pelos mais diversos motivos”, referiu Luís Ferreira. “Foi uma forma para atrair um maior número de associados seguindo alguma metodologia aplicada em alguns clube vizinhos que obrigam os próprios atletas a serem associados do clube, bem como deixar de haver alguma discriminação entre os homens e as mulheres”, explicou o vice-presidente do clube alvinegro relativamente à nova proposta de quotizações, que passam a estar divididas em apenas três categorias (Sócio Bancada, Sócio e Outros).
“É uma aposta desta direção em final de mandato alterar as quotas, porque acho que está na altura, e porque com a mudança que houve no futebol não se justifica a panóplia de categorias de sócios que existem”, acrescentou Luís Vargas, recordado que já não era feita uma atualização desde 2005, e sublinhando também que a direção está empenhada em “criar benefícios para os associados”. “É uma ideia que já vem de 2012, em que tínhamos várias empresas que concediam descontos. Vamos revitalizar esta situação”, garantiu o dirigente, que viu a proposta aprovada com apenas uma abstenção.