Uma comissão composta por 12 comerciantes do centro da cidade e a Associação Comercial de S. João da Madeira (ACSJM) lançaram, na sexta-feira passada, uma petição pública na qual defendem “um centro com vida” e que poderão vir a entregar no Município. O presidente da ACSJM, Paulo Barreira, é o primeiro subscritor.
Com esta petição, disponível online (https://peticaopublica.com) e em vários pontos de S. João da Madeira (SJM), os promotores “querem envolver a comunidade nas suas preocupações”, assumindo-se contra o “novo projeto para a Praça” Luís Ribeiro, apresentado em sessão pública a 12 de novembro, e sobre o qual já trocaram impressões com a autarquia, após a entrega de um abaixo-assinado na reunião de câmara do dia 20 do mesmo mês.
Entretanto, esta última segunda-feira, houve nova conversa entre os comerciantes e a edilidade sobre o assunto, mas, ao que o labor conseguiu apurar junto de Paulo Barreira, “a reunião foi inconclusiva”. “Saímos tal como entrámos, sem grandes novidades nem alterações relativamente ao anteprojeto apresentado no dia 12”, disse o líder da ACSJM ao nosso jornal, para quem a edilidade sanjoanense devia “pensar bem para gastar melhor” o dinheiro dos munícipes.
Há comerciantes a ponderarem sair do centro “caso este ‘novo projeto para a Praça’ avance”
Na petição “A cidade quer um centro com vida”, “os comerciantes defendem um conjunto de ferramentas que salvaguardam os interesses da atividade económica que exercem” e que, na sua ótica, estão garantidos no anterior projeto e não neste que agora é proposto.
“Atendendo a que há uma resistência à circulação automóvel [por parte do atual executivo municipal], os comerciantes entendem que devem ser salvaguardados os parques de estacionamento, o parque infantil e uma estratégia de dinamização”, referiu Paulo Barreira ao labor, acrescentando que há espaços como “a Drogaria Neves, as Mentes Brilhantes (que tem mais de uma centena de jovens), a Tabacaria Glória, a Farmácia Central e a Escola de Condução Ribeiro” que “ponderam sair para outros locais caso este ‘novo projeto para a Praça’ avance”.
Até à passada terça-feira, eram já “cerca de 400” as assinaturas, contabilizando as online e as em papel.
O responsável da ACSJM ainda fez questão de deixar claro que “não estamos a forçar ninguém a assinar a petição”. “Queremos que as pessoas assinem por iniciativa própria, porque se reveem no que estão a assinar”, reforçou a ideia.
“Tenho recebido apoio e incentivo de muitos comerciantes”
Interpelado pelo labor acerca desta matéria, o líder camarário referiu que “todos os cidadãos têm direito a apresentar petições” ou a se expressar de outra forma. No entanto, também cabe à câmara “contribuir para esclarecer as pessoas”, dando-lhes “informação correta e verdadeira” e, por isso, Jorge Sequeira começou por esclarecer que, contrariamente ao que “o texto da petição sugere”, “o número de lugares de estacionamento no centro cívico vai aumentar e não diminuir” com esta nova proposta do Município.
Além disso, em declarações ao nosso jornal, o edil fez ver que “o anterior projeto não tinha condições de aplicação a curto e médio prazo”, tendo sido criadas nas pessoas “uma ideia errada”. Segundo o autarca, o atual executivo municipal adotou “uma postura realista, sustentada”, adequando a candidatura às possibilidades financeiras que existem”. Esta nova opção “assenta num critério de sustentabilidade financeira”, salvaguardando as contas do Município.
Jorge Sequeira disse ainda que “este projeto acrescenta valor ao anterior, porque introduz um elemento de atração (jogo de água) que o outro não tinha”. E em relação a este, garantiu que “mesmo as pessoas que estão contra o projeto têm uma opinião favorável relativamente a esta nossa aposta”.
O responsável político afirmou, igualmente, que “tenho recebido apoio e incentivo de muitos comerciantes do centro da cidade, que nos pedem para seguir em frente e têm dado muito força ao nosso projeto.