Estima-se que cerca de 12 % da população com mais de 18 anos sofre desta patologia
Foi apresentada, no passado dia 6 de dezembro, no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) uma nova abordagem cirúrgica ao tratamento da sinusite crónica. Trata-se da Sinusoplastia por Balão, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo com vantagens a nível da morbilidade e recuperação dos doentes, permitindo uma maior disponibilização das salas de bloco para cirurgias complexas, e de grande impacto nos custos absolutos do tratamento.
Tendencialmente efetuada com anestesia local e em ambiente de Gabinete de Consulta e/ou Ambulatório, esta técnica inovadora consiste – segundo refere nota de imprensa do CHEDV enviada ao labor – na utilização de cateteres com balões para dilatação dos orifícios sinusais, permitindo a drenagem destes, e ventilação das cavidades nasais.
O arranque da cirurgia por Sinusoplastia por Balão, no CHEDV, ocorreu no auditório do Hospital de S. Sebastião, com uma apresentação da técnica por parte do otorrinolaringologista inglês de Peter Andrews, especialista na técnica, e posterior apresentação dos primeiros casos a operar.
A equipa da Unidade de Rinologia e Cirurgia Transnasal Avançada (URCETA), do CHEDV, constituída pelos médicos Paulo Gonçalves (coordenador da URCETA) e Tiago Santos, iniciou, no mesmo dia, as intervenções cirúrgicas com recurso à Sinusoplastia por Balão.
CHEDV tem Serviço de Otorrinolaringologia de referência
Passados 20 anos após a sua abertura, o Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) do CHEDV é tido hoje como centro de referência no tratamento da Patologia Nasossinusal.
Adotando, desde o início, a Cirurgia Endoscópica Nasossinusal como padrão de tratamento da patologia do nariz e seios perinasais, foi o primeiro serviço de ORL em Portugal a ter Cirurgia Guiada por Imagem usando-o de forma rotineira. Especialização que, conforme refere o comunicado, lhe permitiu que o serviço acolhesse casos complicados de cirurgia, provenientes de outras unidades hospitalares do país.
Entretanto, há um ano, o CHEDV fez um grande investimento na substituição do equipamento de Cirurgia Guiada por Imagem por um equipamento híbrido (ótico e magnético) e ainda criou a Unidade de Rinologia e Cirurgia Transnasal Avançada (URCETA). De salientar que esta, em colaboração estreita com a Neurocirurgia, procura dar resposta aos doentes com patologia nasossinusal complicada, inflamatória ou tumoral que atinja a base do crânio ou outras áreas para além dos seios perinasais. Neste âmbito, foi ainda criada a consulta de perturbações do olfato.
Para Paulo Gonçalves, “no CHEDV e no âmbito da URCETA, se por um lado temos evoluído no sentido da realização de cirurgia complexa, nomeadamente da base do crânio, em conjunto com a Neurocirurgia, por outro pretendemos evoluir no conceito de cirurgia minimamente invasiva no tratamento da rinossinusite crónica. Esta tecnologia ajuda nesse desiderato, podendo tendencialmente libertar tempo e recursos para as cirurgias mais complexas”.
Já de acordo com o presidente do conselho de administração do CHEDV, “a aposta nesta técnica deve-se à crescente capacidade técnico-científica dos médicos do serviço de Otorrino e à aposta que fizemos há cerca de um ano na criação da Unidade de Rinologia e Cirurgia Transnasal Avançada”. “Os resultados têm sido excelentes, pois estamos a tratar no nosso hospital doentes que anteriormente tinham de recorrer a outros hospitais”, acrescentou Miguel Paiva.