Quem o diz é a coligação do PSD/CDS-PP que, na terça-feira transata, convocou a imprensa para uma conferência sobre o “assunto” que está “na ordem do dia” em S. João da Madeira, a Praça Luís Ribeiro.

“Faria sentido que o local fosse na Praça” e assim foi. A “Oposição Positiva Construtiva” escolheu a confeitaria Colmeia, em plena Praça, para falar de um tema que diz respeito a este estabelecimento comercial e a outros congéneres também abertos no centro da cidade, bem como aos sanjoanenses em geral.

Para Susana Lamas, “os argumentos utilizados pelo presidente e pela câmara” em defesa do novo anteprojeto (que entretanto já foi aprovado na reunião de câmara de 10 de dezembro) não correspondem à realidade”. A presidente da Comissão Política de Secção do PSD de S. João da Madeira foi a primeira a “apontar baterias” à maioria socialista do executivo municipal recordando todo o “desenvolvimento do processo”. Este, no entender do PSD/CDS-PP, leva a crer que “esta é a ‘Praça do Sequeira’ e de mais ninguém”.

A líder social-democrata começou por recordar que “a ‘requalificaçãodaPraçaLuísRibeiroeáreasadjacentes’éuma das ações do PARU  – Plano de Ação de Reabilitação Urbana presenteno PEDU – PlanoEstratégicodeDesenvolvimentoUrbano”, que “faz parte de uma estratégia integrada com ações materiais e imateriais plasmadas no PEDU”. E, seguidamente, lembrou o concurso de ideias, proposto pelo PS, que a câmara da altura decidiu, por unanimidade, abrir.

Tal como a decisão de avançar para um concurso de ideias, o projeto vencedor (entregue em setembro de 2017) também mereceu a unanimidade do júri e, após um período de discussão pública, foi, de igual modo, aprovado unanimemente.

“A demora na tomada de decisão por parte deste executivo [desde a sua tomada de posse passou mais de um ano e um mês]” e “a troca de uma decisãoporunanimidadeeassimiladapelacidadeporumadecisão pormaioria” levam a coligação a dizer que foi criada “a Praça do Sequeira”.

“Presidente da câmara” tem de dizer quando e como vai construir parque”

Neste encontro com a comunicação social, a oposição “puxou” pelo tema do estacionamento lembrando que este “eraumadaspretensõesdoscomerciantes,dos moradores e dos frequentadores da Praça”. Mas, contrariamente a tal pretensão, a atual proposta “reduz o estacionamento de proximidade, sem criar, no imediato,alternativas.

Ainda a propósito, os representantes do PSD e CDS-PP, ali presentes, também não deixaram de “dar uma alfinetada”: “Naapresentaçãodoprojeto,nosPaçosdaCultura,nopassadomês de novembro, o senhor presidente da câmara, no desenho que apresentou,nãocontemplavaoparquedeestacionamentonaRua PadreOliveira”. No entanto, “atalhedefoiceedeformaatabalhoada,enviouparaosjornaisda cidade,umnovodesenhoquejácontemplavaoditoparque”. E por isso, agora, “tem,deformaclara,queresponder aossanjoanenses“quando e como vai construir” o parque entre as ruas Padre Oliveira e Júlio Dinis.

Para Paulo Cavaleiro, “o problema da Praça não é nos dias em que há eventos, mas sim em dias como hoje e a esta hora, em que a Praça se torna de difícil acesso”. De acordo com o também vereador, “não podemos falhar esta intervenção”, porque “se as pessoas não vierem à Praça por falta de acessibilidade vão a outro sítio”.  

“Se a candidatura não é submetida a tempo é por inação do atual executivo”

A coligação apresentou-se nesta conversa com as jornalistas “sem papas na língua” defendendo que “se a candidatura não é submetida a tempo é por inação do atual executivo”. Não faz sentido, na sua opinião, quando Jorge Sequeira culpa “aoposiçãoeoscomerciantes”“pelanãosubmissãoatempadadacandidatura(limitedia27de dezembro) e consequentemente pela possível perda dos fundos comunitários”.“Talafirmaçãonãopoderiaestarmaisincorreta.”, porque  opresidentedacâmaratem,desdeodia6desetembrode2017, umprojetonacâmara” e, “por sua livre iniciativa, decidiu alterá-lo noque concerneúnicaeexclusivamenteaocentrodaPraça”. 

“Execução do anterior projeto não implica consumo da capacidade de endividamento”

Outra “afirmação incorreta”, no entender da coligação, foi quando “o senhor presidente, através da comunicação social, afirmou que não havia condições financeiras  para concretizar o anterior projeto”.

“A execução do anterior projeto não implica consumo da capacidade de endividamento e há várias formas de financiar a contrapartida nacional”, nomeadamente  “por empréstimo da banca comercial, por empréstimo do BEI ou por recurso aoIFRU”, fez ver, por sua vez, Tiago Correia, concluindo que o edil “só não executa o anterior projeto porque não quer”.

Os sociais democratas e centristas deixaram claro que “não nos revemos na Praça do Sequeira”.“E a seu tempo, o presidente vai ter de responder aos sanjoanenses por esta sua opção”, completaram.

Câmara acusa oposição de distorcer a realidade

Depois de ter tido conhecimento de recentes considerações por parte da coligação PSD/CDS-PP sobre o anteprojeto para o centro da cidade, acusando-a de “chantagem sobre a oposição e os comerciantes”, a autarquia vem repudiar, em nota de imprensa remetida ao labor, “essa afirmação”. Esta é, segundo a câmara municipal (CM), “ofensiva e atentatória dado que distorce completamente a realidade”.

No mesmo comunicado, o Município garante que a candidatura a fundos comunitários do anteprojeto “já foi submetida no dia 11 de dezembro”, ou seja, “dentro dos prazos definidos”. E esclarece que nesse anteprojeto “não está contemplado o encerramento de trânsito nas ruas do Dourado e Visconde nem há redução de estacionamento”. “O que este projeto não contempla é trânsito de atravessamento da Praça Luís Ribeiro”, acrescenta.

Falando do valor da obra, a CM faz notar que “o anterior anteprojeto tinha um custo (cerca de 5 milhões de euros) muito superior ao montante máximo de financiamento comunitário possível (2,2 milhões de euros), pelo que seria necessário contrair uma dívida de 2,8 milhões de euros para o concretizar”.

No que se refere ao “título” dado à Praça Luís Ribeiro pela coligação PSD/CDS, remete para declarações do presidente da câmara já proferidas publicamente: “A Praça Luís Ribeiro é das pessoas, é dos Sanjoanenses, e esse é um ponto central do novo anteprojeto”.

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