A inclusão da requalificação da Linha do Vouga entre Oliveira de Azeméis e Espinho no Programa Nacional de Investimentos (PNI), com um valor de 75 milhões de euros, é “uma grande notícia para S. João da Madeira e para a região, que pode alterar significativamente a mobilidade na Área Metropolitana do Porto, constituindo também um importante contributo em termos de descarbonização”, reagiu o presidente da câmara Jorge Sequeira a esta informação, aproveitando para “saudar a unidade dos municípios do Entre Douro e Vouga que, no último ano, desenvolveram várias diligências para concretizar este objetivo, assim como a atenção que este Governo, de forma decisiva e enérgica, deu a este assunto”.
Já a Associação de Municípios de Terras de Santa Maria (AMTSM) que representaos concelhos de Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vale de Cambra, demonstrou “enorme satisfação” por ver o Governo reconhecer a importância da Linha do Vouga ao inclui-la no PNI até 2030, mas calendarizando a sua modernização especificamente entre 2021 e 2025, disse o presidente Joaquim Jorge Ferreira, em declarações à Lusa, explicando que “esta é a obra pela qual andamos a lutar há várias décadas”.
O plano de 24 milhões de euros que a Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou em novembro para eletrificação do troço Espinho-Azeméis até 2021, automatização de passagens de nível e criação de um parque de material em Paços de Brandão “agora deixa de fazer sentido, atendendo à obra maior, que é muito mais completa e vai avançar com duas coisas muito mais importantes que não estavam previstas antes: a alteração da bitola métrica de via estreita para via larga, indispensável para que a ferrovia possa integrar a Linha do Norte e viabilizar o acesso direto dos nossos 300.000 habitantes ao Porto, e a construção de um interface em Silvalde, para que quem usa o Vouguinha tenha ligação direta à estação de Espinho para seguir para o Porto ou para Lisboa sem ter que caminhar parte da cidade a pé, pela rua”, considerou Joaquim Jorge Ferreira à Lusa.
De acordo com os estudos da IP, a requalificação da Linha do Vale do Vouga custaria 95 milhões de euros para transporte de passageiros ou 165 milhões também para o transporte de mercadorias.
Apesar de os 75 milhões ficarem aquém do valor necessário para levar a cabo um destes dois cenários, “ter os 75 milhões não é mau e quer dizer apenas que, para o que falta, teremos que arranjar financiamento, no que a própria Infraestruturas de Portugal pode encontrar soluções ao nível dos fundos comunitários”, afirmou o presidente da AMTSM.
Esta é “uma obra de inteira justiça para com os seis concelhos da região, dado o seu contributo para a economia nacional e para o Produto Interno Bruto do país”, reconheceu Joaquim Jorge à Lusa.