A convivência entre avós e netos deve contribuir para a construção de relações de confiança mútua. É uma ferramenta verbal, que se constrói no dia a dia, que determina a qualidade das relações na família, que contribui decididamente para que os netos se sintam afetiva e inteletualmente confiantes e responsáveis.
Não só aos pais, mas também aos avós compete aceitar, respeitar e conhecer a diferença entre os netos e aguardar o momento mais propício para as conversas.
Convém, sim convém, aproveitar todos os momentos, momentos de descontração, e evitar conversas em tom formal e com ordem de cuidados anunciada. Os netos abrem-se com facilidade, mas quando julgam oportuno ou quando estão em condições de o fazer, não quando os avós julgam e decidem que têm de ser.
Para possibilitar um respeito mútuo, uma educação mais objetiva e melhorar as relações familiares, devemos ter em atenção a forma como devemos comunicar: utilizar linguagem (mensagens) simples, claras e inequívocas, evitando ambiguidades, mal entendidos e muito menos confusões. Usar sempre uma linguagem simples, adequada à idade dos netos, construtiva e útil, e procurar a compreensão dos seus motivos para ir ao encontro de pontos em comum dos quais possa chegar-se a acordo. Usar uma linguagem o mais simples possível, racional e convincente: clarificar os motivos e não dizer o que é muito comum “por que sim” exprimir opiniões coerentes com o nosso comportamento quando lhes dão justificação e se debatem porquês tudo ganha sentido e coerência.
Quando necessário, não sendo fácil, porque são netos, manifestar firmeza, segurança e sobretudo exigência adequadas às capacidades da criança (quando são) e ser flexível, tolerante, compreensível e fácil de entender.
Para educar, sendo também uma obrigação dos avós, devemos rejeitar modelos rígidos e, sim, encorajar os netos a exprimirem opiniões e a proporem alternativas às nossas decisões. Se os netos (crianças) se sentirem escutados e participarem na tomada de decisões verão que são respeitados e mostrar-se-ão igualmente respeitadoras em relação a nós. Evitar o conflito. A maior parte das situações problemáticas, discussões e conflitos entre avós e netos pode ser evitada se desde o início soubermos o que queremos, se aplicarmos critérios educativos adequados, se os informamos previamente e com clareza do pretendido, se os fizermos cumprir o que pretendemos e se formos coerentes e persistentes na sua aplicação.
Certo que quanto mais se discutem as razões para as regras de disciplina, quanto mais se envolvem os netos nessas discussões, maior é a probabilidade de se promover a sua capacidade de compreensão, autonomia e responsabilidade.