Bem sabemos que viemos de um Presidente da República, Cavaco Silva, que se colocava num pedestal institucional, de forma pedante e que ao longo dos anos se foi distanciando dos portugueses. Foi alvo da comunicação social visando o desgaste da sua imagem face aos Portugueses para o qual contribuiu o PS, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista.

Surgiu então Marcelo Rebelo de Sousaque desde cedo soube aproximar-se dos portugueses, fruto da sua vasta experiência como comentador televisivo e sempre presente nos eventos de Norte a Sul do país. A sua campanha eleitoral tinha sido iniciada muitos anos antes do ano em que foi eleito.

O professor de Direito sabia falar de tudo, com as suas frases intercaladas com sorrisos como se algo surpreendente saísse sempre dos seus lábios. Raciocínio rápido e pleno de retórica que veio a agradar jornalistas, cansados da antipatia de Cavaco Silva. Os seus temas eram infinitos: futebol, direito constitucional, livros, incêndios, aquecimento global, etc. Quanto ao roubo de armas em Tancos nem tanto, divagando sobre o tema.

Convenhamos que se foi do oito ao oitenta em termos de postura representativa do mais alto cargo da Nação Portuguesa.

Hoje temos um presidente que veta leis (chumbo de leis parlamentares) sem uma coerência proveitosa para o país, ou aprova leis absurdas saídas da lavra do Bloco de Esquerda dizendo até que são injustas. Até reconheço que em tempos parecia que a sua acção na recusa de aceitar certos diplomas era proveitosa mas com o tempo concluiu-se que era inconsequente

Marcelo Rebelo de Sousa chega a ter um comportamento por vezes anedótico e confrangedor que tem vindo a embaraçar o nome do País. Ora vestindo-se de mascote no Campeonato do Mundo de futebol na Rússia, ou fazendo trocadilhos sobre Ronaldo com o presidente dos EUA. ou ainda sendo o primeiro comentador à porta de casa pela manhã sobre resultados futebolísticos, ou por último, querendo passar-se por cidadão comum no programa de Cristina Ferreira.

O “Presidente Marcelo” gosta pois de se ouvir falar e tem vindo a transformar-se numa personagem teatral de alguma peça trágico-comédia.

É certo que o povo vergou-se e comoveu-se com os seus abraços , “selfies” etc., parecendo ser divertido ter um presidente “porreiraço”.Hugo Chavezda Venezuela nos seus primórdios também o foi. Ia ao Rock and Roll, cantava e pulava com os “Xutos e Pontapés” lá da terra, como se tivesse tomado alguma pastilha para lhe dar energia. É puro populismo.

Mas convenhamos… é um Presidente da República de um País com mais de 800 anos de História. Deve saber colocar-se na sombra de vez em quando, como simples observador, com espírito crítico comedido e reservado, pois isso reverteria numa maior credibilidade e respeito. Não vale a pena ser notícia todos os dias só para dar que fazer aos canais de televisão e demais jornalismos lisboetas. Senão torna-se mesmo provinciano.

Esperemos que brevemente não se esbarre contra uma parede, numa das suas inúmeras saídas. O seu populismo já o levou  a tirar “ selfies “ no “Bairro da Jamaica” em Lisboa,  numa altura imprópria, pois o assunto ainda está em averiguações e era recomendável distanciamento físico.

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