Pela mão da Sandbox Projects, a Oliva Creative Factory conta, desde o último sábado, com um “makerspace” onde os sonhos se transformam em realidade
Tal como no “pequeno armazém situado em S. Bernardo (Aveiro)”, onde a Sandbox Projects abriu portas pela primeira vez, também na Oliva Creative Factory (OCF), em S. João da Madeira (SJM), o objetivo continua a ser “providenciar espaço, ferramentas e conhecimento para aqueles que partilham do mesmo sonho de transformar as suas ideias em realidade”.
Fruto de um acordo com o anterior executivo municipal, que o atual presidente Jorge Sequeira faz questão de saudar – conforme disse ao labor no passado sábado -, os três amigos que criaram a Sandbox Projects têm agora no Edifício 3 (módulo 5) da OCF uma “casa nova”, com 300 m2, que reúne as condições ideais para darem ainda mais “asas” aos seus sonhos e aos de todos aqueles que forem ao seu encontro.
Nuno Vitorino e Paulo Pinheiro marcaram presença no “open day” que assinalou a abertura de portas em SJM. Já Cândido Cruz não esteve presente por motivos de saúde.
Em conversa com o nosso jornal, Nuno Vitorino explicou o que é um “makerspace”. Trata-se, como o nome indica, “de um espaço de oficinas para criadores, artistas e artesãos, carpinteiros de semana e de fim de semana também, mestres e aprendizes, jovens e adultos – em suma, uma panóplia de pessoas criativas conhecidas hoje em dia por ‘makers’”.
No recém-aberto “makerspace” da OCF podem ser trabalhados um sem número de matérias-primas, desde madeira, plásticos, metal, resinas, cortiças, materiais poliméricos, etc.. A ideia “é criar condições para todos aprenderem a fabricar ou a prototipar, bem como a desenvolver projetos, sejam eles de caráter profissional ou amador”.
Além disso, também vão ser promovidos workshops e palestras para todas as idades e com níveis de conhecimento diferenciados, cativando clientes e publicitando o espaço. Segundo Nuno Vitorino, “todo este nosso conhecimento e as novas tecnologias que existem não são para ‘guardar a sete chaves’, mas sim para partilhar com todos”. “Quantas mais pessoas participarem neste meio, mais parcerias existirão”, defendeu o criativo especialista em desenho e fabrico de mobiliário.
“Makerspace” funciona de segunda a sexta-feira, mas horário poderá estender-se ao fim de semana
Por enquanto, o “makerspace” vai estar aberto de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00. Mas Nuno Vitorino contou ao labor que há pessoas, inclusive pais, cujo tempo à semana é limitado, que o procuraram para ver até que ponto podiam frequentar o espaço aos fins de semana. Abordagem que já o levou a ponderar estender o horário de funcionamento.
O “makerspace” da Oliva funciona “nos mesmos parâmetros de um ginásio”. Ou seja, “através de uma mensalidade, os ‘makers’ têm acesso a ferramentas, conhecimento e algum material patrocinado para experimentação, prototipagem e desenvolvimento de produto. O espaço e ferramentas são partilhados e através desta partilha novos projetos surgirão e vingarão no mercado”.
Estamos perante “uma equipa unida”, que até acaba por ser “mais família do que equipa”. “Funcionamos quase como uma tribo”, referiu Nuno Vitorino.
No âmbito da Sandbox “vivem e crescem projetos como Liquen Boards, Elkwood Designs e Beards on Boards”, que, apesar de serem “independentes”, nasceram “de experimentação e parcerias criadas dentro da própria Sandbox”.
Ao instalar este “makerspace” no “hub criativo” da Oliva Creative Factory, a Sandbox Projects contribui para “potenciar a troca de sinergias” e apoiar “os ‘makers’que pretendam criar o seu projeto empreendedor”.
Remodelação do parque de estacionamento da Oliva adjudicada
Acompanhado pelas vereadoras Irene Guimarães e Paula Gaio, entre outros elementos do Município, Jorge Sequeira esteve presente na inauguração do “makerspace” da Sandbox Projects.
Em declarações exclusivas ao labor, o autarca disse tratar-se de um “projeto muito interessante” que “está em articulação com o acordo que a câmara fez com a ADRITEM [Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria] também instalada na OCF [Oliva Creative Factory] e que visa dar formação e capacitação a artesãos locais”. “Há aqui uma política que temos vindo a desenvolver no sentido de valorizar vários ofícios tradicionais”, sublinhou a propósito.
Questionado sobre os novos projetos para a Oliva Creative Factory, o líder do executivo municipal falou “numa grande transformação da OCF”. Segundo adiantou ao nosso jornal, “já está adjudicada a obra de remodelação do parque de estacionamento”. “É necessário organizar o terreiro que ali está e torná-lo num verdadeiro parque de estacionamento”, reforçou a ideia.
Jorge Sequeira fez notar ainda que está a ser recuperado o topo Norte da OCF e que já foi licenciado o projeto do edifício da antiga fábrica da Oliva, que foi adquirido pela empresa ERT.
Naquele espaço, de acordo com o edil, “vai surgir algo muito emocionante para fruição pública”. Mas o que quer que seja vai permanecer, por enquanto, “no segredo dos deuses”. Interpelado pelo nosso jornal sobre o assunto, Jorge Sequeira não revelou o que de “muito emocionante” vem por aí.
Durante o ato inaugural do “makerspace”, para o qual o labor foi convidado, “saltou à vista” uma cadeira que, segundo Nuno Vitorino, “é oriunda de um cinema de Aveiro que esteve fechado durante cerca de 30 anos”.
“Não sabiam o que fazer a esta e a outras 11 e venderam-nas ao desbarato”, contou o jovem criativo que, com estas 12 cadeiras, “quer criar um centro de conferências, um pequeno anfiteatro” no “makerspace” da Oliva. “Algumas delas ainda têm pastilha elástica colada”, acrescentou em jeito de brincadeira.