“Este lugar é tão importante como qualquer outro do mundo”, disse João Vasconcelos, diretor do Canal 180, curador desta obra de Andrés Lozano

A segunda obra do Circuito de Arte Urbana, sob o tema “S. João da Madeira, Cidade dos Chapéus”, que integra a 3.ª edição do Festival do Chapéu, marcada para entre 19 e 21 de julho, é da autoria de Andrés Lozano, com curadoria do Canal 180, que o construiu ao longo da semana passada num muro junto ao campo de jogos da Cooperativa 11 de Outubro, no lugar da Mourisca, em S. João da Madeira.

“Este mural constitui-se como um mapa mental de S. João da Madeira e da sua rica tradição e história chapeleira” e “uma homenagem à herança de várias gerações de artesãos e operários, que ao longo de mais um século, se dedicaram à arte da chapelaria”, “centrando-se no tema da fábrica e do trabalhador usando formas de antigas fábricas, da sua arquitetura e enormes chaminés, da maquinaria e, claro, dos mais variados chapéus, a obra é complementada pelo uso de texturas multicoloridas e abstratas que, de forma contemporânea, evocam as imagens que os sanjoanenses têm da sua cidade”, descreveu o artista espanhol na placa de identificação do mural, continuado: “antes da sua execução, através de contactos estabelecidos com crianças, jovens e comunidade da Cooperativa 11 de Outubro, tive oportunidade de contactar diretamente com as memórias e impressões destas pessoas que serviram de inspiração para esta peça que pretende eternizar o património e a história da cidade e das suas gentes”.

O presidente da câmara, Jorge Sequeira, agradeceu a Andrés Lozano que veio de Madrid para construir este mural na Cooperativa 11 de Outubro e ao Canal 180.

“Acho que o muro estava mesmo a pedir uma obra de arte”, disse Jorge Sequeira, durante a inauguração deste segundo mural durante a tarde de 13 de outubro, relembrando que está prevista a realização de “mais três obras (deste género) em outros pontos da cidade” que resultou de uma “opção política de descentralizar a cultura”. Por enquanto, a Câmara Municipal de S. João da Madeira decidiu não desvendar a localização dos próximos murais mesmo perante a insistência do labor.

O presidente da câmara mencionou ainda o facto de que em S. João da Madeira “já tivemos 200 empresas a fabricar chapéus” que acabariam por encerrar com o desuso deste adereço e dar lugar a outras ligadas à indústria do calçado.

O mural “embeleza o nosso espaço”, apreciou José Manuel, presidente da Cooperativa 11 de Outubro, por isso “este ou outros eventos realizados aqui vão ser sempre bem-recebidos e aceites”. Por sua vez, João Vasconcelos, diretor do Canal 180, agradeceu “mais este desafio que veio de S. João da Madeira”. Para este canal com um papel importante na difusão de arte e cultura nacional e internacional, “este lugar é tão importante como qualquer outro do mundo”. Além disso, este mural com “ilustração e pintura ajuda a criar estímulos, a ser acessível e a ser parte interessante de todos”, considerou João Vasconcelos.

O próprio artista, que trabalhou em parceria com Tatiana Boyko, agradeceu a todos os intervenientes que permitiram-no deixar a sua marca através deste mural em S. João da Madeira que espera que seja “uma adição – dar algo mais – à Cooperativa 11 de Outubro”.

A ilustradora Maria Santos, conhecida como Mariana, a Miserável foi quem assinou o primeiro mural do Circuito de Arte Urbana com o tema “S. João da Madeira, Cidade dos Chapéus”, lançado no âmbito do Festival do Chapéu, e que pode ser visitado nas traseiras do Museu da Chapelaria.

DR

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