Neste momento, CHEDV “mantém em acompanhamento entre 30 a 40 laringectomizados totais” nos hospitais de S. João da Madeira e de Santa Maria da Feira, confirmou o seu gabinete de comunicação ao labor
Os terapeutas da fala, numa organização do serviço de Otorrinolaringologia em parceria com o serviço de Medicina Física e de Reabilitação, realizaram rastreios gratuitos de saúde vocal, no dia 16 de abril, entre as 9h30 e as 17h00, no átrio da entrada principal do Hospital de S. Sebastião.
O rastreio incluiu “um breve questionário de saúde vocal, para identificação dos maus usos e abusos vocais, a análise percetiva da voz e orientações de saúde vocal” e “nos casos em que foram detetadas alterações significativas da qualidade vocal, os participantes foram alvo de avaliação clínica pelo médico Otorrinolaringologista”, descreveu o CHEDV, complementando que “todos os participantes receberam um folheto de cuidados vocais e um pin alusivo ao Dia Mundial da Voz”.
“No total, foram contabilizados 50 participantes, dos quais 11 são profissionais da voz, nomeadamente professores, auxiliares de ação educativa e enfermeiros”, informou o gabinete de comunicação do CHEDV ao labor.
Da meia centena de participantes, “três foram submetidos a avaliação clínica” e “em quatro dos participantes foram endereçadas, ao médico de família, cartas de encaminhamento para a consulta de otorrinolaringologia do hospital da área de residência”, deu a conhecer o gabinete de comunicação do centro hospitalar.
Neste momento, o CHEDV “mantém em acompanhamento entre 30 a 40 laringectomizados totais” nos hospitais de S. João da Madeira e de Santa Maria da Feira, confirmou o seu gabinete de comunicação ao labor.
“O tratamento do cancro da laringe exige um trabalho em equipa multidisciplinar, pois todo o tratamento varia de acordo com a natureza, a localização, o tamanho e o estadiamento do tumor”, afirmou o centro hospitalar, revelando que “os tratamentos atuais envolvem a realização de uma cirurgia ablativa, quimioterapia, radioterapia ou a associação destas em casos de tumores em estádios mais avançados” e “quando a opção é cirúrgica, o procedimento denomina-se laringectomia, que pode ser parcial, quando apenas parte da laringe é removida, ou total, quando se retira todo o órgão”.
“A laringectomia total é indicada em tumores extensos ou com grande infiltração na laringe, o que impede a realização de técnicas cirúrgicas conservadoras das estruturas laríngeas”, explicou o CHEDV a pedido do labor.
Nos casos da laringectomia total, “onde há necessidade da remoção total da laringe, o paciente depara-se com duas sequelas irreversíveis: a perda da voz laríngea e um traqueostoma permanente por onde passa a respirar, que se traduzem nas consequências ao nível físico e psicossocial”, explicou o centro hospitalar, continuando: “ao nível fisiológico destaca-se a alteração da via respiratória (que passa a ser independente da via digestiva), a traqueostomia permanente, a diminuição do olfato e paladar, a afonia e a dificuldade de mobilização cervical” e “ao nível psicossocial o paciente tem, normalmente, alterações da autoestima, da comunicação e das atividades sociais, com a rutura das relações e o convívio com as outras pessoas”.
As comemorações contaram ainda com uma atuação do grupo “Vozes do CHEDV”, constituído por colaboradores e voluntários da Liga dos Amigos do Hospital de S. Sebastião, tendo a participação especial da Joana Bastos (voz) e do Xavier Coutinho (piano), e com a inauguração da exposição de trabalhos sobre saúde vocal intitulada “Cuidados de Saúde Vocal e Prevenção do Ruído” cujos trabalhos foram realizados por alunos do Agrupamento João da Silva Correia, de S. João da Madeira, terminando com um teatro sobre saúde vocal e com a palestra, dos terapeutas da fala do CHEDV, que contou com testemunhos reais de pacientes laringectomizados totais.