Existe muito, porém, nos melhores políticos e está subjacente, a maior parte das desistências e das tristezas, a ideia de que se vai por “opção” para a vida pública para modelar o mundo de uma determinada forma.
O que acontece mais frequentemente é que se é levado à vida pública para encaminhar a Humanidade num determinado sentido, para que se realize um sonho que se considerou ser como o melhor possível, como se fosse trazendo o máximo de felicidade para a Humanidade, se por acaso se pudesse pô-la em prática.
Ora, a verdade é que, vezes sem conta, o sonho não levou o que são as realidades. E tudo se passou como se um grande malabarista da vida, ou mesmo um pintor, quisesse pintar azul com tinta de outra cor qualquer; por outro lado, muitas vezes também eram as qualidades de um real político que falavam a quem se aventurou nos caminhos públicos; outras vezes ainda, e é isto o que sucede quase, para não dizer sempre, e não se leva em linha de conta que tem cada homem o seu próprio sonho e que é extremamente difícil, para não dizer impossível, tomar algum real interesse pelos sonhos dos outros. Fora as bruxas e os psiquiatras que são as nossas bruxas de hoje, nunca vi ninguém estar atento senão por cortesia aos sonhos que outro descreve com minuciosidade.