A primeira peça de teatro “Políticos, políticos; Malucos à Parte” do grupo Sériùs não começou como o previsto, isto é, no Transporte Municipal de S. João da Madeira (TUS) das 10h07, junto à Avenida da Misericórdia. Mas calma, a peça acabou por entrar em cena só que uns minutos mais tarde e num outro autocarro. Apesar deste contratempo, os atores não se deixaram abalar e fizeram aquilo que melhor sabem que é improvisar. Quem não estava na paragem com eles nem notou a existência de qualquer contratempo mal entraram em cena. Como o labor esteve com eles ao longo do imprevisto até à atuação pode confirmar isso mesmo.

A primeira peça foi uma crítica aos políticos e aos eleitores a que ninguém ficou indiferente, tendo os atores – dois políticos em disputa por votos e um eleitor – conseguido provocar muitos risos aos passageiros daquele autocarro. É mesmo caso para dizer que ninguém conseguiu ficar “Sériùs” ao teatro no TUS. A peça “MAD TUS” entraria em cena no autocarro das 12h07. Mais tarde, às 18h00 e às 19h00, as duas peças entraram em cena. E o labor voltou a acompanhar uma destas viagens. Depois de ter presenciado o impacto da peça “Políticos, Políticos; Malucos à Parte” de manhã, e que se repetiu à tarde, assistiu pela primeira vez a “MAD TUS”. Uma peça sobre o aniversário do centenário hotel “MAD TUS” de Vlad que, juntamente com o seu criado Gustav, recebe uma visita inesperada e marcada pela caracterização dos seus personagens e pela interpretação que também ela arrancou muitas gargalhadas aos passageiros. Tendo esta última peça de teatro entrado em cena em parceria com a Arte do Som.

O Sériùs foi criado “sensivelmente há um ano” por um grupo de ex-estudantes do secundário que fizeram parte dos grupos de teatro Lua Nova do Agrupamento de Escolas João da Silva Correia e Serafins do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite e que agora estão na universidade, à exceção de um elemento que ainda está no secundário.

Depois da última participação deste grupo de jovens através dos grupos de teatro das escolas sanjoanenses, na edição anterior deste festival, Ana Carolina de Sousa e os restantes elementos deste grupo saíram do palco com a sensação de que “falta qualquer coisa”. E não precisaram de muito tempo para perceber o quê. “Temos de voltar ao palco”, contou Ana Carolina de Sousa ao labor.

E assim foi. Os sete elementos do grupo, com idades compreendidas entre os 15 e os 26 anos, com o apoio de três assistentes, entraram em contacto com o Espaço Aberto, que é responsável pelo Festival de Teatro, para dar a conhecer este novo grupo de teatro e para participarem nesta edição.

Depois de um dos principais objetivos estar cumprido, integrarem esta edição do Festival de Teatro, o Sériùs teve uma reunião com as professoras do Espaço Aberto que lhes apresentaram propostas “algumas delas fora da caixa”, recordou Ana Carolina de Sousa. E como um grupo de jovens arrojados que são, aceitaram uma dessas ideias que os levou a pisar um palco bem diferente do que é tradicional.

De uma assentada só, este grupo de jovens conseguiu, através do teatro, “incentivar as pessoas a usarem o transporte público” e “levar o teatro às pessoas porque a cultura está a morrer em Portugal”, indicou Ana Carolina de Sousa ao labor.

“Em todas as fotografias temos pessoas a sorrir”

“Acho que a reação geral foi muito positiva. Estávamos muito cansados, mas compensou bastante o esforço e o trabalho todo ao longo da semana”, garantiu Ana Carolina de Sousa esta terça-feira em jeito de balanço ao labor.

E para quem não esteve presente, a prova de que estas peças escritas pelos atores deste grupo de teatro tiveram impacto nos passageiros do TUS está refletida nas fotografias. “Em todas as fotografias temos pessoas a sorrir”, revelou uma das responsáveis do Sériùs, que confirmou o interesse do grupo em integrar a próxima edição do Festival de Teatro. “Sem dúvida. Já temos ideias em andamento”, adiantou Ana Carolina de Sousa ao labor.

DF

Vox pop

“Achei bem. Uma boa iniciativa. A juventude está de parabéns neste sentido uma vez que ao fazerem este trabalho enriquecem a cultura. Gosto muito da cultura. Achei muito interessante a maneira como foi apoiado. E venham mais”, Fernando Vieira, 70 anos

“Achei uma boa iniciativa, bonita e engraçada. Demos uma volta de autocarro e assistimos a um teatro. Foi divertido. Foi bom”, Laurentina Cruz, 81 anos

Hoje, às 21h00

Palcos e Cenas sobre “Tecer a Vida” no espaço Caxemira

A parceria Projeto “Espaço Aberto”, do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, e Câmara Municipal de S. João da Madeira, levará a efeito “Tecer a Vida”, sessão de Palcos e Cenas, no dia 16 de maio – Dia da Cidade, pelas 21h00, na loja Caxemira, à Rua dos Combatentes da Grande Guerra, n.º 81, próxima do Mercado Municipal e do café Guanabara. O ingresso é gratuito, mas limitado a 20 participantes devido à capacidade do espaço.
“Tecer a Vida” é uma performance coletiva e sensorial, dirigida por Teresa Margarida Brandão, com base em questões como “quanto vivemos a vida?quanto representamos a vida?quanto somos a vida?E o corpo é o veículo da energia que nos move; somos corpo ou representamos o corpo?”.

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