Qual é a história do seu “chapéu”? Que mensagem quer passar?
Fui convidada pelo Hat Weekend para a intervenção plástica de uma cartola gigante com o tema “S. João da Madeira, cidade dos chapéus” e tendo como base de trabalho o fio têxtil ou têxteis. Como normalmente trabalho com papel e colagens, adaptei o meu registo gráfico ao tecido através de serigrafia.
O ponto de partida deste projeto foram as formas geométricas associadas ao desenho, fabrico de chapéus e a paisagem urbana sanjoanense retratando a indústria chapeleira. O resultado é uma cartola alusiva ao património cultural e industrial da cidade que aborda o denso tecido empresarial e industrial sanjoanense.
Quanto tempo demorou o processo de construção?
Ao todo, aproximadamente um mês.
Que materiais usou?
Tecidos serigrafados, colas e tintas.
Que acha desta iniciativa? E do Festival do Chapéu?
Este projeto faz parte da programação bastante diversificada do evento, que conjuga várias áreas artísticas com vista a abordar e sensibilizar diferentes públicos. Acho que resultou numa seleção de artistas com expressões bastante diferentes e que torna o seu conjunto visualmente muito apelativo.
O Festival do Chapéu é um festival que faz bastante sentido em S. João da Madeira pela sua história e que homenageia de forma bastante positiva e dinâmica a indústria chapeleira.
“Mercúrio”, de Sofia Neto
GN
Qual é a história do seu “chapéu”? Que mensagem quer passar?
A cartola é um chapéu que carrega vários significados imediatos – a representação de um alto estatuto social e de poder, a associação à magia e à imagem do chapeleiro louco como foi representado nas primeiras ilustrações do livro “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”.
Quis pegar na imagem do chapeleiro louco, imagem que, para uma cidade em que o duro trabalho de chapeleiro foi uma forte realidade, perde o romantismo. Quis representar com violência a figura do chapeleiro envenenado e os movimentos dos operários da indústria enaltecidos pelo mercúrio.
Quanto tempo demorou o processo de construção?
Demorei cerca de uma semana a desenhar e a pintar na cartola.
Que materiais usou?
Usei grafite e tinta plástica.
Que acha desta iniciativa? E do Festival do Chapéu?
Acho muito importante a valorização dos artistas da cidade pela autarquia. E numa cidade tão marcada pela indústria do chapéu seria natural haver um evento que a celebrasse.