Após quase quatro décadas dedicadas à instituição
“Saio da Academia, mas a Academia não vai sair de mim”. Estas palavras da autoria de José Resende, já proferidas em público não há muitos dias por altura do Concerto de Verão, foram novamente ditas pelo próprio ao labor esta semana.
Ao nosso jornal, o diretor da Academia de Música de S. João da Madeira (AMSJM) desde 2014 confirmou que vai deixar a direção, não obstante ainda ir permanecer na instituição por “mais um ano para ajudar a fazer a transição”, apoiando “a pessoa que ficará no meu lugar”.
Por detrás desta sua decisão pessoal está, nada mais nada menos, do que “o reconhecimento dos meus limites”. Esta é, aliás, segundo o professor de música de 66 anos, “uma das minhas virtudes”. Daí agora, ao fim de 38 anos de dedicação à AMSJM, cinco dos quais como diretor, querer mais tempo (com qualidade) para si e para a sua família.
José Resende esteve na Academia de Música “desde sempre”, tendo começado a fazer parte da instituição a 6 de outubro de 1981, ainda esta funcionava na Escola do Parque. Ao longo de quase 40 anos, José Resende foi “professor por vocação” e, nos últimos cinco, “diretor por missão”. Ambas situações que exigem “muita responsabilidade e frescura”.
“São 38 anos de desgaste contínuo. São 200 alunos, 29 professores e muito problema para resolver”, referiu o diretor cuja substituição está prevista para o início do mês de setembro.
ACAM escolhe sucessor(a) no próximo dia 9
É já no dia 9 de julho que a direção da Associação Cultural Alão de Morais (ACAM), que tem sob sua alçada a Academia de Música, vai escolher quem vai substituir José Resende.
Questionado sobre o assunto pelo labor, o presidente Manuel Ferreira da Rocha não adiantou grandes pormenores, deixando escapar apenas o facto de que “à partida será uma mulher” que dentro em breve tomará as rédeas diretivas da instituição. “Temos uma proposta [para apresentar na reunião da próxima terça-feira] que vai permitir fazer a substituição de forma tranquila e sem problemas”, que “nada terá a ver com o que se passou há cinco anos”, disse Ferreira da Rocha.
“É a vida, sabe. O professor José Resende desempenhou a missão que lhe foi pedida, juntamente com o professor Eduardo Resende”, estando “nós todos, agora, muito agradecidos aos dois”, rematou o líder diretivo da ACAM, fazendo questão também de realçar “a disponibilidade e o trabalho” de Eduardo Resende.