Ao lado de grandes nomes da moda internacional
Após cinco edições consecutivas a apresentar a sua coleção na capital da moda italiana, na plataforma de eventos, Miguel Vieira deu, no meio da tarde do passado dia 17, o “pontapé de saída” no Calendário Oficial da “Milano Moda Uomo”, um momento que, segundo o designer sanjoanense, comparou como a qualificação para a “Liga dos Campeões”, no mundo do futebol. “Esperei quase 15 anos para que isto acontecesse”, disse com orgulho, em entrevista. A dividir o dia e as atenções com casas emblemáticas como a Fendi e Giorgio Armani, o desfile da marca Miguel Vieira, na Semana de Moda de Milão, decorreu na Via Tortona – no centro da cidade – com uma imponente passerelle, onde se destacou a insígnia da marca e uma sala repleta de jornalistas internacionais, stylistse influencersdo mundo da moda. Partindo do mote: “Quem disse que a alfaiataria tem de ser chata?”, as propostas de Miguel Vieira para o verão 2020 mantêm-se fiel aos cortes clássicos modernos, apresentando-os com um twist, e que, apesar de intemporal, segundo o estilista, é possível reinventar a alfaiataria. Foi com esse foco que surge a esta nova coleção, garantindo que a cor ou um padrão das propostas podem reverter códigos e são também uma forma de contar de uma história. Uma palete de tonalidades, entre elas verdes, menta, petróleo e esmeralda, rosa cameo, bege, azul-noite e bordeaux vinho do Porto, em texturas e materiais como a seda, a lã e o algodão mercerizado, dão corpo e cor a silhuetas clássicas e formais, bem como a outras mais audazes. O cenário idealizado faz-nos regressar a Mies van der Rohe, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX com linhas simples, funcionais e detalhes trazidos por elementos contemporâneos, cria-se a simbiose perfeita entre matéria e natureza, evocando ainda uma certa aura cinematográfica. Para além do blazer – sem nada por baixo – e calções com t-shirts overside, os acessórios foram outra das grandes apostas do designer de S. João da Madeira para o próximo verão, com malas estampadas com o seu logótipo, os lenços, as sandálias de tiras e os anéis e colares com detalhes como o “M”, inicial da marca homónima. Miguel Vieira introduziu ainda dois coordenados femininos na sua coleção de homem, sendo um deles um sensual vestido. Após o desfile, Miguel Vieira confessou que nunca cruzou os braços e sempre trabalhou para atingir esta meta, apresentando um desfile que em nada ficou a dever aos das grandes casas de moda internacionais. Contando com 25 desfiles oficiais, esta edição da “Milano Fashion Week” contou ainda com a presença de nomes como Dolce & Gabbana, Ermenegildo Zegna, Fendi, Giorgio Armani ou Stella McCartney.