“De bocas para fora” de Andreia Couto
Qual é a história do seu “chapéu”? Que mensagem quer passar?
O contacto de uma amiga de infância foi o início deste percurso… Segundo as informações dadas por ela,uma das premissas para o desenvolvimento do projeto assentava na ideia deque os artistas convidados tivessem uma forte ligação, emocional ou profissional, com S. João da Madeira.
Destaforma foi importante repensar a minha relação com a cidade e em que aspeto isso poderia ser importante para a realização desta proposta. Não deixando de relacionar aquilo que significa o chapéu, tornando essas características o fator principal em que se baseia todo o trabalho.
“De bocas para fora” refere-se à parte interior do chapéu, a boca do chapéu é o termo técnico que se refere à abertura do chapéu, onde entra a cabeça. A parte de contacto com o corpo… Com a nossa boca comunicamos, damos afeto através do beijo, cumprimentamos alguém que nos é querido. Foi com base nas relações que se fundamentou a ideia do trabalho, algumas mais próximas do que outras. Das relações que mantenho com as pessoas da nossa cidade identifico as ligações de amizade, familiares e também profissionais, que se vão misturando, relacionando refazendo o quotidiano vivido no espaço cidade.
As bocas de “cristal” são, na realidade, bocas de algumas pessoas com quem mantenho relações de amor, carinho, afeto ou simplesmente profissionais. São os brilhantes que enfeitam o meu chapéu, a minha cabeça, que preenchem o meu quotidiano e que guardam os meus preciosos afetos.
Quanto tempo demorou o processo de construção?
Desde a conceção da ideia até à aplicação das bocas no chapéu foi aproximadamente um mês.
Que materiais usou?
As bocas estão elaboradas em resina de poliéster. A partir de moldes de algumas bocas de pessoas com quem me relaciono no dia a dia foram produzidos vários objetos que foram posteriormente aplicados na superfície da cartola. A cor acinzentada do chapéu confere um fundo neutro e, ao mesmo tempo, cria um lugar, um espaço, um lugar.
Que acha desta iniciativa? E do Festival do Chapéu?
É uma iniciativa interessante pelo facto de haver uma preocupação em criar conexões entre o contexto industrial, cultural e artístico desta cidade.
“Cartola Furada”, de Paulo Neves

Qual é a história do seu “chapéu”? Que mensagem quer passar?
O meu chapéu não tem propriamente uma história. Quando mo entregaram para ser trabalhado, apenas quis torná-lo mais leve, não tão maçudo. E, nesse sentido, fiz uns desenhos e recortei-os.
Quanto tempo demorou o processo de construção?
Cerca de três dias.
Que materiais usou?
Só usei tinta e uma serra tico-tico para fazer os recortes/desenhos.
Que acha desta iniciativa? E do Festival do Chapéu?
Ainda não fui ver a exposição porque tenho andado com muito trabalho. Mas acho bem. Todas as iniciativas são boas, porque, na minha opinião, o importante é fazer coisas.