A Federação Distrital do PS Aveiro em coordenação com a direção nacional do partido realizou um plenário de militantes que teve como convidado Mário Centeno, ministro das Finanças, no dia 12 de julho, na Torre da Oliva.
A primeira parte foi aberta aos jornalistas com intervenções de Jorge Sequeira, presidente da câmara sanjoanense na qualidade de Presidente da Federação Distrital do PS de Aveiro, Rodolfo Andrade, presidente do PS de S. João da Madeira, e de Mário Centeno, ministro das Finanças, seguida de debate de plenário de militantes e simpatizantes. À chegada, Mário Centeno foi interpelado por alguns lesados do BES que o acompanharam quase até à entrada da Torre da Oliva a dizer repetidamente: “queremos o nosso dinheiro”.
“O nosso objetivo é prestar contas. Em democracia é assim. Os políticos devem de ser fiscalizados e esclarecer o eleitorado sobre o que fizeram enquanto durou o seu exercício de governação”, começou por dizer Jorge Sequeira, indicando que para levar a cabo esta tarefa “temos o raro privilégio de ter entre nós Mário Centeno, ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo” que “representa uma das mais importantes vitórias da nossa diplomacia externa na história do nosso país” ao conseguir “um feito absolutamente assinalável que um conjunto de países ditos rigorosos, austeros confiassem a gestão das finanças públicas europeias a um português”. Para Jorge Sequeira, essa nomeação “não aconteceu por acaso”, mas devido “à credibilidade do nosso governo e em grande medida devido à credibilidade, excelência e brilhantismo do professor Mário Centeno”.
Por sua vez, Rodolfo Andrade mencionou o facto de os socialistas terem conseguido pela primeira vez uma maioria absoluta nos três órgãos autárquicos nas últimas eleições. “A poucos meses de dois anos de mandato é com particular orgulho que podemos dizer que já muito se fez e mudou em S. João da Madeira”, afirmou o líder dos socialistas, assegurando que com “elevado sentido de responsabilidade” irão “dar continuidade ao programa eleitoral apresentado nas últimas eleições autárquicas sem grandes megalomanias e com os objetivos bem definidos”. Na visão de Rodolfo Andrade “o país também está melhor graças o governo socialista”. “Poderíamos enumerar uma série de dados para justificar isto, mas sob pena de ficar mal na figura vamos dar palavra a quem percebe bem do assunto e queremos ouvir falar”, concluiu o líder concelhio do PS.
“Toda a gente entra numa demagogia, num leilão como se fosse fácil cumprir orçamentos”
Para Mário Centeno foi “uma honra enorme estar aqui e um prazer partilhar convosco aquilo que foi o enorme sucesso de todo o trabalho que desenvolvemos ao longo dos últimos quatro anos”. Dos dois discursos que ouviu anteriormente, o ministro das Finanças destacou três palavras: humildade, trabalho e credibilidade. As duas primeiras por ter sido “exatamente essa humildade que colocamos no nosso trabalho ao longo da última legislatura”, disse Mário Centeno depois de ter ouvido a humildade com que foi descrito o trabalho que tem sido feito em S. João da Madeira por parte de Rodolfo Andrade. E a terceira palavra, “a credibilidade”, retirada das palavras de Jorge Sequeira porque “representa de facto hoje para Portugal a palavra mais importante da nossa governação”. A “credibilidade” que “trouxemos para a política económica e orçamental de Portugal”, destacou o ministro das Finanças, relembrando que iniciaram a legislatura com três desígnios em termos económico-financeiros: “estabilização do sistema financeiro”, “estabilização das contas públicas” e “finalmente aquilo que tem sido a mensagem principal e o corolário absolutamente essencial destas duas dimensões que é o crescimento da economia, do emprego e da confiança”.
“A partir do momento em que estabilizamos o sistema financeiro, Portugal teve taxas de crescimento económicas que não tinha nos últimos 20 anos” e “convergiu com a União Europeia (UE) em 2017, 2018 e 2019 em termos de crescimento económico”, alcançando “um progresso absolutamente extraordinário ao longo destes anos”, indicou Mário Centeno.
Em relação à estabilização das contas públicas, o ministro das Finanças afirmou que “ninguém acreditava e ninguém acreditou até ao final de 2016 que Portugal, pela primeira vez, pelo menos seguramente desde que aderimos à UE, cumpriu os objetivos orçamentais a que se propôs”, continuando: “cumprimos em 2017, em 2018 e agora parece fácil. Toda a gente entra numa demagogia, num leilão como se fosse fácil cumprir orçamentos. A política fiscal é muito séria. O leilão absolutamente demagogo que temos visto nos últimos dias a desfazer ou numa tentativa de desfazer aquilo que foi este trabalho que fizemos ao longo destes últimos anos não pode ser deixado em branco, tem de ser esclarecido”. Por isso, a “todos os peões que querem fazer demagogia com a política fiscal têm de crescer um pouco para a exigência de todo este processo e demonstrar a razoabilidade ou falta dela nas suas propostas”, sugeriu o ministro das Finanças.
Mário Centeno terminou a sua intervenção a assegurar um caminho de “continuidade” na estabilidade do sistema financeiro, na credibilidade politica económica e orçamental, no cumprimento de metas com “contas certas e equilibradas sem onerar o futuro”.