O deputado sanjoanense acusa o PS de se ter comportado como um “travão” nas áreas do “investimento público” e da “legislação laboral” em declarações prestadas ao labor
A lista do Bloco de Esquerda candidata pelo círculo eleitoral de Aveiro às eleições legislativas de 6 de outubro foi aprovada em assembleia-geral do distrito aveirense e retificada pela mesa nacional do partido a 15 de junho.
A liderar a lista está novamente o sanjoanense Moisés Ferreira depois de já o ter feito nas eleições legislativas de 2015. A acompanhá-lo estão Nelson Peralta, Salomé Ventura, Conceição Soares, Rui André Soares, Ana Luzia Cruz, Paulo Renato, Jacqueline Marques, Paulo Oliveira, Rita Carmona, Ricardo Duarte, Fernanda Lopes, Nuno Serrano, Rita Baptista, Clara Ferreira e Pedro Alves.
“O Bloco de Esquerda contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento do país”, começou por dizer Moisés Ferreira, continuando: “queremos não só continuar este caminho que abrimos há quatro anos, mas também reforçá-lo”. “Sabemos que há matérias em que o PS se comportou como um ´travão´” nas áreas do “investimento público” e da “legislação laboral”, afirmou Moisés Ferreira, considerando que “isso se reflete quando havendo condições na Assembleia da República para avançar nestas áreas, o PS não quis”.
A candidatura do Bloco de Esquerda pretende “continuar o caminho de recuperação de rendimentos e avançar onde o PS travou a fundo”, revelou o candidato sanjoanense ao labor.
Depois de os bloquistas terem conseguido “um bom” resultado nas eleições legislativas de 2015 e de terem ficado a poucos votos de conseguir eleger um segundo deputado, “passados quatro anos toda a gente concordará que elegermos dois deputados não só é possível, como também é necessário” para que “o distrito de Aveiro seja melhor representado na Assembleia da República”, considerou Moisés Ferreira.
As propostas dos bloquistas para o distrito com influência em S. João da Madeira
O deputado sanjoanense Moisés Ferreira apresentou as propostas da lista dos bloquistas para o distrito de Aveiro esta terça-feira, dia 23 de julho, pelas 15h00, em conferência de imprensa realizada na sua sede.
Uma vez que este momento aconteceu depois de o labor ter feito uma peça independente sobre a lista de Aveiro ser liderada pela segunda vez por um sanjoanense, daremos destaque apenas às propostas que tenham alguma influência no Município sanjoanense.
Hospital “Precisamos de garantir mais profissionais de saúde, investimentos na sala de tratamentos que continua a ser exígua e não foi contemplada nas obras da urgência, podemos e devemos ter mais consultas de especialidade hospitalar”.
Centro de Saúde “Sair reforçados nos próximos anos em especialidades carenciadas no Serviço Nacional de Saúde como uma espécie de psicólogo de família, assim como consultas de nutrição. É preciso garantir que estes serviços sejam universais para a população”.
Escolas “Continua a haver estabelecimentos onde o amianto não foi completamente removido e falta de acompanhamento mais específico a alguns alunos”. Estas situações podem ser resolvidas com “a redução do número de alunos por turma e com a contratação de mais profissionais”.
Creches públicas “Sabemos a dificuldade que é encontrar vagas para creches em S. João da Madeira e quanto isso custa às famílias. Propomos que passem a fazer parte do Ministério da Educação e com acesso gratuito”.
Habitação “A habitação é caríssima e o arrendamento está proibitivo para quem ganha o salário médio em S. João da Madeira e no país. O BE considera que a proposta do Governo de rendas acessíveis não resolve minimamente o problema porque é acessível para quem salários acima da média”. Por isso, o partido propõe a reabilitação e a colocação no mercado de 100 mil habitações com rendas entre 150 e 500 euros dependendo dos rendimentos do agregado familiar e a construção de 50 mil habitações sociais por todo o país para dar resposta a “situações urgentes e emergentes e aqui (S. João da Madeira) existem muitas”. “A capacidade de resposta do Município para questões sociais é muito diminuta e a lista de espera é muito grande com centenas de pessoas em espera”.
Investimento na ferrovia “Para nós é exequível que em quatro anos exista Linha do Vouga totalmente reabilitada e com ligação à linha do Norte”. O valor desta intervenção está “estimado desde há muito tempo em 70/80 milhões de euros e parece-nos que é mais do que exequível, existe esse dinheiro do ponto de vista nacional” desde que a ele “se junte a vontade política que tem falhado ao PS que em final de legislatura rejeitou um projeto de lei do BE para o plano nacional ferroviário da Linha do Vouga. Não desistiremos e voltaremos a insistir”.
Salário mínimo “Nos últimos quatro anos foi possível o aumento do salário mínimo à ordem de 5% ao ano com um aumento de 20%. Queremos continuar esse caminho assim. Achamos que é possível um aumento de mais de 5% ao ano. Percebemos que o aumento de rendimentos levou ao desenvolvimento da economia”.
Legislação laboral “Queremos reforçar o direito do trabalho e dos trabalhadores, nomeadamente daqueles que trabalham por turnos com mais dias de férias e uma reforma antecipada para compensar estas profissões de desgaste. Ao mesmo tempo reforçar os direitos dos trabalhadores vítimas de assédio e de despedimento ilegal. Neste momento, o trabalhador que é vítima e recorre a alguma entidade perde os rendimentos, por isso propomos que enquanto não há uma decisão da ACT e do tribunal, o trabalhador continue a ter direito ao rendimento”.