Cada ecoponto inclui quatro contentores, o que representa a distribuição de 6.400 contentores
A Câmara Municipal de S. João da Madeira convidou a comunicação social a assistir à entrega gratuita de quatro contentores domésticos numa moradia na zona das Fontainhas realizada ao fim da tarde desta terça-feira.
Nesta primeira fase deste projeto que pretende dar um novo passo em frente na gestão dos resíduos, o Município vai distribuir um ecoponto com quatro contentores – três para a recolha seletiva de resíduos e um para o lixo indiferenciado – em 1.600 moradias unifamiliares divididas em 10 zonas da cidade.
Os resíduos vão passar a ser recolhidos a partir do dia 30 de setembro. Até lá, o presidente da câmara Jorge Sequeira, apela a que os moradores “não encham já estes contentores a não ser que produzam poucos resíduos”.
Na entrega do ecoponto é dado um guia e outros materiais com informação útil sobre a utilização dos resíduos que devem ser colocados em cada um dos contentores e sobre os dias e horários de recolha por parte da empresa SUMA (indiferenciados à segunda, quarta e sexta-feira às 18h00; embalagens de plástico e metal à terça-feira das 9h00 às 18h00; papel e cartão à quinta-feira das 9h00 às 18h00; e vidro no último sábado de cada mês das 14h00 às 19h00).
Os moradores que precisem de mais esclarecimentos, informações ou de apresentar reclamações devem ligar para o número gratuito 800 206 869.
Este projeto representa um investimento de 170 mil euros em ecopontos em que os três contentores para recolha seletiva de resíduos custaram 130 mil euros, tendo sido financiados em 85% pelo PO SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos,e os contentores para resíduos indiferenciados custaram 40 mil euros, tendo sido este valor suportado integralmente pelo Município.
No primeiro dia de entrega dos contentores as reações das pessoas “têm sido positivas”, confirmou Vera Neves, adiantando que esta recolha de resíduos recicláveis porta a porta para já “ainda é facultativa, mas a ideia é alterar o regulamento para que passe a ser obrigatória”. O que permitirá “o aumento dos níveis de separação de resíduos na cidade”, completou o vice-presidente José Nuno Vieira.
Moradora não fazia a separação dos resíduos, mas daqui em diante passará a fazer
Depois da entrega dos contentores e da explicação dada por um colaborador da empresa SUMA sobre o funcionamento deste projeto, Adelaide Alves afirmou que o processo de separação é “fácil” e demonstrou estar esclarecida em relação ao assunto. “Acho uma boa iniciativa para todos, para o ambiente.Assim cada qual tem o seu ecoponto e as ruas vão ficar mais livres”, considerou a moradora que até então não fazia a separação dos resíduos, mas que daqui em diante passará a fazer.
Para o presidente da câmara, Jorge Sequeira, esta é “uma reforma estrutural à forma como olhamos para os nossos resíduos”, que “vai implicar uma mudança de comportamento por parte das pessoas” e que “vai colocar S. João da Madeira na primeira linha das práticas ambientais”.
Esta medida está inserida num “grande pacote” de medidas na área do ambiente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, indicou Jorge Sequeira, dando como exemplo a eliminação do plástico em diversos eventos com carimbo municipal, a descarbonização através dos “Domingos Verdes”, sem carros, numa avenida da cidade, a utilização obrigatória de papel reciclável na câmara municipal, a distribuição de garrafas de água reutilizáveis a cada aluno das escolas sanjoanenses e a colocação de dispensadores de água nos estabelecimentos de ensino e em diversos edifícios municipais.
Pagar apenas o que é justo
Um outro passo em frente que será dado na área ambiental é a redução da tarifa de resíduos a pagar ao implementar o novo tarifário PAYT – Pay as you throw – em que cada consumidor paga apenas o que deita fora.
Esta é uma medida mencionada já pelo executivo anterior, mas que agora vai passar da palavra à ação através de um projeto piloto que será aplicado a 150 famílias sanjoanenses para que depois de avaliado possa ser alargado a todos os sanjoanenses.
“A atual forma de pagamento da tarifa de resíduos, indexada ao consumo da água, é reconhecidamente injusta” porque “uma família que separe os seus resíduos paga tanto como uma família que não faz esforço nenhum, mas consome a mesma água”, segundo o folheto informativo distribuído pelo Município aos moradores. Os objetivos do PAYT são “maior justiça tarifária”, em que “pagará mais quem produzir mais e separar menos”, “aumentar a reciclagem dos resíduos” para que possam ser cumpridas “as metas da União Europeia (em 2025, 55% de todos os resíduos deverão ser separados e reciclados)” e “reduzir a pegada ecológica e o custo total da gestão de resíduos”, lê-se no documento de sensibilização para que os munícipes percebam a importância de reduzir custos, proteger o ambiente e pagar apenas o que é justo.
Com a distribuição dos ecopontos e com a implementação deste novo tarifário, “S. João da Madeira poderá vir a ser um caso exemplar em matéria de ambiente no país”, concluiu o presidente Jorge Sequeira.