74 crianças e as respetivas famílias foram acompanhadas
O projeto “Intervir, Convergir e Construir” está integrado no plano nacional de combate ao insucesso escolar e é financiado pelo Norte 2020.
O projeto é desenvolvido por duas psicólogas do quadro da câmara e uma psicóloga e uma assistente social, contratadas através do financiamento do projeto, desde o ano letivo 2017/2018 até ao ano letivo 2019/2020.
Os jardins de infância da rede pública e privada e as escolas de 1º ciclo da rede pública são
“parceiros deste projeto e têm acesso aos documentos de sinalização das crianças para a ação de intervenção psicossocial”, levando a que “os educadores e os professores titulares de turma analisem os casos existentes no seu grupo, encaminhando-os para a equipa técnica deste projeto da câmara municipal”, informou Irene Guimarães, vereadora da Educação, ao labor.
Os motivos que levam à sinalização das crianças estão relacionados com as dificuldades psicossociais e/ou de aprendizagem que interferem no seu percurso escolar.
Este projeto tem “um plano integrado para a intervenção psicopedagógica e capacitação triangular entre escola, aluno e família, promovendo a construção de percursos educativos de sucesso, contribuindo para combater o insucesso e abandono escolar e favorecendo a equidade no acesso à educação em S. João da Madeira”, lê-se no Projeto Educativo Municipal para o ano letivo 2019/2020.
De acordo com os dados do projeto “Intervir, Convergir e Construir” do ano letivo 2018/2019, 107 alunos foram sinalizados, número ao qual acrescem mais dois alunos que foram sinalizados depois do início do ano letivo, passando a ser 109. Mas apenas 74 foram intervencionados.
Depois de “aplicados os critérios de triagem, considerando a capacidade de intervenção técnica da equipa, beneficiaram do acompanhamento 74 crianças e respetivas famílias”. Logo, “não foram abrangidas 35 crianças e famílias devido a vários fatores, nomeadamente a ultrapassarem o escalão três do abono de família; transferências para fora do concelho; acompanhamento por técnicos no setor privado e ausência de autorização ou de resposta dos encarregados de educação para a intervenção”, explicou Irene Guimarães.
O número de alunos sinalizados diminui para 105 neste novo ano letivo 2019/2020. Dos 105 alunos sinalizados, 49 casos transitam do ano letivo anterior e 56 são casos novos. Contudo, “alerta-se para o facto de, neste momento, os dados já não estarem atualizados”, esclareceu a vereadora da Educação ao labor.
Quatro tipo de ações
Este projeto está dividido em quatro tipo de ações: “intervenção psicossocial”, “capacitação dos atores educativos”, “quando for para o 5º ano” e “clubes temáticos”.
A primeira ação consiste na avaliação e diagnóstico, seguida de uma intervenção psicopedagógica individualizada e sociofamiliar. A segunda ação visa capacitar os atores educativos através de sessões temáticas, das Jornadas da Educação e a Capacitação Parental. A terceira ação é sobre “quando eu for para o 5º ano” e é dirigida para todas as turmas de 4º ano aderentes. O objetivo é preparar os alunos para a transição de ciclo e fomentar o sucesso escolar. A última ação é “clubes temáticos” dirigida aos 2º e 3º ciclo e pretende promover a integração dos alunos no espaço escolar.
Do trabalho desenvolvido no ano letivo 2018/2019, constam 4.408 diligências de intervenção psicológica e sociofamiliar. A saber 180 contactos e articulações pela técnica superior de serviço social com técnicos e professores, 1.008 contactos da mesma técnica com encarregados de educação, 108 contactos com encarregados de educação, 1.021 articulações com professores, 115 articulações com outros técnicos, 252 atendimentos com encarregados de educação, 20 visitas domiciliárias, 101 reuniões com professores, 29 reuniões com técnicos, 111 relatórios, 40 observações, 1.341 sessões de intervenção psicológica, seis altas, três integrações de novos alunos e três presenças em tribunais.
Sete turmas aderiram a projeto sobre transição do 1º para 2º ciclo
A capacitação dos atores educativos foi feita através de seis sessões temáticas sobre a hiperatividade, a educação sexual, violência no namoro, respeito, entrada para o 1º ciclo e gestão de conflitos em contexto escolar. Nesta ação o trabalho desenvolvido no ano letivo anterior incluiu as Jornadas da Educação, workshops sobre parentalidade consciente e capacitação parental, formação de assistentes operacionais do 1º ciclo e dos professores das atividades extracurriculares. A ação “Quando for para o 5º ano” que é dirigida a todas as turmas de 4º ano interessadas contou com a inscrição de sete turmas, duas do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim leite, três Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior e duas do Agrupamento de Escolas João da Silva Correia. Ao todo foram realizadas 42 sessões, das quais beneficiaram 151 alunos. A ação “clube temáticos” realizou cinco reuniões com os representantes dos três agrupamentos, uma consultora da Universidade católica, a equipa de coordenação e a equipa técnicas, resultando no preenchimento de questionários por diretores dos agrupamentos, professores responsáveis pelos clubes, alunos inscritos nos clubes e alunos não inscritos.
Evolução do número de alunos sinalizados
O aumento do número de alunos sinalizados tem sofrido algumas oscilações desde 2004 até à data, tal como demonstra o gráfico. “As características atuais da sociedade justificam, em grande parte, o aumento do número de alunos sinalizados”, afirmou Irene Guimarães, justificando que a equipa que compoe este projeto “defende que o aumento do número de sinalizações registadas ao longo dos anos se deve, essencialmente, ao crescente conhecimento que a comunidade educativa tem do trabalho de proximidade desenvolvido junto das crianças e das suas famílias”. Para a vereadora da Educação, “o facto de a equipa trabalhar, diariamente, com as crianças em contexto escolar, de forma estreita e articulada com a escola e família, permite conjugar sinergias, o que se reflete na evolução das crianças”.
Fonte: Câmara Municipal de S. João da Madeira
Financiamento termina em agosto de 2020
O projeto “Intervir, Convergir e Construir” foi implementado pela primeira vez no ano letivo 2017/2018, por um período de três anos, pelo que o seu financiamento terminará no fim deste ano letivo. Sendo esta “uma questão que me preocupa porque acho que S. João da Madeira ficará a perder se este projeto não avançar. É uma das situações que estamos a estudar no sentido de ver e de continuar com este projeto ainda que com outros moldes, estrutura, mas que é uma mais-valia para o nosso sistema educativo, é”, afirmou Irene Guimarães em entrevista no início de setembro ao labor.