“Todos podemos coabitar no mesmo espaço independentemente da nossa forma de estar e de expressão artística”, destacou a líder associativa Rita Pereira
A 21.ª Semana da Juventude da Associação de Jovens Ecos Urbanos, organizada em parceria com o Município, realizou-se de 18 a 21 de setembro na Praça Luís Ribeiro, tendo as atividades do último dia sido transferidas para a Sala dos Fornos, na Oliva Creative Factory, devido à previsão de mau tempo.
O mote deste ano foi “O mundo de todos na sua diversidade” e a grande novidade o “HUB Station”, resultante de uma colaboração entre a Associação Internacional Improvise and Organize e a Ecos Urbanos, que consistiu na construção de cinco estruturas de médio porte que foram parcialmente habitadas por artistas e público em simultâneo, promovendo interação entre arte, público e cidade. Todas as instalações foram feitas “por materiais que já poderiam ser lixo ou por materiais naturais como canas de bambu”, revelou Rita Pereira, presidente da Ecos Urbanos, ao labor.
Ao longo de quatro dias, atividades, todas elas gratuitas, concentraram, tal como era o intuito, um mundo que pode e deve de ser todos pelo segundo ano consecutivo na Praça.
O balanço da Semana da Juventude de 2019 foi “bastante positivo. Tentamos sempre inovar de alguma forma e temos sempre aquela componente de que não queremos que existam duas semanas da juventude iguais. Embora haja algumas rubricas que queremos repetir, nomeadamente o Arte à Rua que já é uma referência, que permite a vários jovens expor as suas obras ou criarem obras durante a Semana da Juventude, e a Música no TUS que foi uma rubrica que lançámos no ano passado e que foi bastante acarinhada quer pela população, quer pelo Município”, disse Rita Pereira, destacando a “icónica frase de que ´o erro não mora aqui´” que significa que “todos podemos coabitar no mesmo espaço independentemente da nossa forma de estar e de expressão artística”. O evento contou com muitos outros momentos como Dança Aérea com Paulina Almeida e a Oficina de Artistas, Cinema ao Ar Livre, workshops, aulas abertas, arraial e concertos de Patrícia Lestre e Yuzi.
O dia do arraial, 20 de setembro, foi “um dia muito especial” porque “quando subimos ao palco para cantar os parabéns (pelos 22 anos da Ecos Urbanos) sentimos o carinho” dos presentes, assumiu a presidente Rita Pereira. Uma das curiosidades desse mesmo dia foi o facto de Patrícia Lestre cumprir um sonho que tem desde “pequenina”. “A mãe dela esteve a nos confidenciar no final (do concerto) que um sonho dela desde criança era atuar no centro da cidade dela para as pessoas da cidade dela”, contou Rita Pereira, considerando que “depois o facto de trazer tanto talento a palco quer local, quer de fora, foi um momento muito especial porque juntámos muitas pessoas”. A mudança da programação de sábado para a Sala dos Fornos apenas representou um “constrangimento logístico”, porque de resto foi “uma noite absolutamente fantástica, cheia, eles estavam mesmo super divertidos e notava-se que o ambiente era de festa”, assumiu a presidente da associação ao labor.
Subsídio de 11 mil euros não é suficiente
A Semana da Juventude que chegou a ser literalmente ao longo de uma semana, mas tem vindo a diminuir devido ao facto de não conseguir assegurar tantos dias de evento com tão pouco orçamento, continua a ser uma das tradições da Associação de Jovens Ecos Urbanos.
Em relação ao orçamento de 11 mil euros para quatro dias de evento “não, não é” suficiente, assumiu Rita Pereira ao labor. E a prova disso está no facto de a associação não ter conseguido cumprir o orçamento e de ter de suportar o restante que deverá “rondar mais 1.500 euros do que aquilo que está no orçamento”, revelou a líder associativa, admitindo que “a verdade é que para fazer aquilo que fazemos é preciso uma ginástica orçamental muito grande, é preciso sermos muito ´chatos´ e negociarmos mesmo tudo”.
“Nós construímos a programação com os jovens, tentando sempre criar uma programação transversal, mas a verdade é que temos de criar um programa que atraia mais jovens e os faça ter dias diferentes”, concluiu Rita Pereira ao labor.