O outono, o solstício das forças da natureza.
Que no homem se faz sentir, de muitas formas também;
Abranda a fúria das férias do seu ímpeto, na certeza
Que após a procela volta à calma que sabe bem…
É o regresso ao quotidiano da nossa acomodação,
Ao ramerrão da rotina, à azáfama dos estudantes;
À lida profissional, regresso em força à ação;
Equilíbrio a instaurar, voltar tudo ao que era dantes.
Regresso ao interrompido do que era a sobrevivência;
As folhas mais amarelas, que vestem a natureza;
Nova visão pelo certo de que a nossa existência
Será a mesma, mas com um toque, de outro tom de mais beleza.
Em agosto debulhar, em setembro vindimar…
Outubro segue aguardando, outro tipo de proposta;
Agora e mais uma vez é preciso alqueirar,
Há que descansar a terra, outoná-la, nova aposta.
Pensar na semeadura, aproveitar as chuvadas,
Regar os solos, nutri-los, como se fossem cuidados,
Que temos connosco próprios, mas nossas bem aguardadas
Esperanças que os futuros serão outros mais preparados.
É assim com o ser humano, tal qual as estações;
Vêm os tempos que gastamos, há que aguardar mais ensejos.
Jogamos o que nos resta, em múltiplas emoções,
Há que os repor novamente. Mas…repensar desejos.
Flores Santos Leite