Junta criou base de dados que é uma espécie de “páginas amarelas dos ilustradores”, descreveu a presidente Helena Couto
A conversa sobre a importância de uma associação de ilustradores com o testemunho de Sérgio Covelo, presidente da AGPI, está relacionada com a criação do diretório de ilustradores no site do Encontro Internacional de Ilustração (EII) que é a outra grande novidade desta edição.
Depois de estar marcada para o dia 19, às 17h30, o labor teve conhecimento no próprio dia que passaria para o seguinte, dia 20, à mesma hora, mas infelizmente quando lá chegou ficou a saber que teve lugar uma hora e meia antes devido a contratempos por parte do convidado, justificou Helena Couto.
Já que o nosso jornal não teve oportunidade de assistir à conversa, recolheu alguma informação junto da presidente da junta e de dois ilustradores que estiveram presentes.
De certa forma estava conversa serviu para apresentar aos ilustradores o exemplo do que se passa na Galiza e no resto de Espanha.
“Achei que é um tema que merece muito mais tempo. É um tópico muito complexo até porque a ilustração é uma área em Portugal que não está muito fortalecida como outras profissões. Portanto, acaba por ser uma coisa que tem de ser mais desenvolvida em termos de conteúdos, em termos de representação dos ilustradores na área, como pode ser feito o contacto com o cliente, o que isso envolve. Ainda há muito para falar e o tempo foi pouco, infelizmente, mas é sempre pouco para falar claramente de um assunto tão complexo”, considerou Delfim Ruas, que participou pela terceira vez no EII, ao labor.
“Eles disseram que os primeiros passos que tomaram foi reunir com vários ilustradores que já exerciam e tentar estabelecer mais ou menos quais eram os preços. Entretanto umas questões legais obrigaram-nos a retirar uma publicação que eles tinham sobre os preços mínimos e máximos exercidos pelos ilustradores no mercado”, contou Margarida Mouta, que participou pela primeira vez no encontro.
“Falamos um pouco também em que áreas é que a associação exercia, como poderia defender melhor os direitos dos ilustradores, como por exemplo os membros têm direito e têm acesso a falar com uma comunidade que está em contacto com uma advogada especialista em direitos de autor e neste sentido podem esclarecer dúvidas que são as dúvidas mais comuns. Também estabelecem algum contacto com escolas de ilustração de onde estão a sair novos ilustradores e a ir para o mercado, explicam primeiros os passos e as dúvidas mais frequentes”, continuou a ilustradora de Aveiro.
Depois de apresentado o caso espanhol, “não houve contraposto do lado português ou uma carta de intenções do que poderia ser feito”, confirmou Delfim Ruas. Todavia, “vamos ver se haverá desenvolvimento para o próximo”, constatou o ilustrador natural de Viseu e que mais tarde viria a ser anunciado como o vencedor do encontro.
Para já, “temos o diretório que poderá ser um ponto de partida”, indicou Margarida Mouta, que também ela acabou por ser a terceira premiada do encontro, ao labor.
Ao longo desta conversa, “estive a estimular as pessoas a promoverem a inscrição de mais pessoas no diretório porque isso será um princípio para começar algo, já que foi assim que começou a associação deles (AGPI)”, disse Helena Couto.
Diretório dos ilustradores já conta com 14 registos
Os interessados podem efetuar a sua inscrição no diretório de ilustradores no site do Encontro Internacional de Ilustração (https://www.ilustracaosjm.pt/index.php).
O diretório contava com 14 inscrições até esta quarta-feira e permite aos potenciais clientes a consulta de trabalhos dos ilustradores e o acesso aos seus contactos.
Para além da promoção do trabalho dos ilustradores, o diretório, que é uma espécie de “páginas amarelas dos ilustradores”, pretende criar “uma lista de pessoas que se podem contactar, que podem reunir e tentar fazer a associação”, revelou Helena Couto, relembrando que têm “a porta aberta da associação da Galiza que está aqui ao nosso lado, e está disposta a apoiar-nos”.
“O meu grande sonho é que este encontro de ilustração continue a ser da junta na mesma, mas que a sua organização seja feita pela associação de ilustradores porque eles é que sabem” e que “seja autossustentável”. Um “outro (sonho) é que as empresas se envolvam e consigam perceber que pelo menos ali há algum potencial”, complementou Helena Couto, considerando ao labor que a interação entre empresários e ilustradores deste ano foi “um sucesso”.