Nota Positiva

Editorial

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O mandato do atual executivo municipal vai a meio. Estes momentos são normalmente aproveitados como referências temporais para todos fazerem o ponto de situação sobre o que tem (ou não) sido o trabalho dos autarcas que há dois anos se estrearam nas funções de gestores dos interesses municipais.

E as perguntas que hoje se colocam são, essencialmente, relacionadas com o que já fizeram, com o que ainda não fizeram, com o que ainda podem fazer, com a relação entre os compromissos eleitorais e as condições que têm para cumprir (ou não) os que faltam, com a forma como encontraram organizados os serviços, as condições financeiras existentes, compromissos anteriores eventualmente desconhecidos e por aí além. Um sem número de questões que podem e devem ser levantadas e discutidas por todos, em particular pelos que ficaram de fora da gestão quotidiana do Município, a quem compete dirimir argumentos para fundamentar o seu posicionamento nas futuras autárquicas e, em alguns casos, explicar publicamente por que não fizeram o que agora exigem ou porque criticam soluções para os problemas que, embora querendo, não conseguiram resolver. Este momento merece, pois, duas notas.

A primeira tem a ver com o benefício da dúvida que habitualmente – e dentro do mero bom-senso – se deve dar a uma equipa de gestão municipal que aqui chegou pela primeira vez, eleita por um partido que esteve arredado do poder municipal cerca de 40 anos. Convém salientar, pois, que nestas últimas 4 décadas – e excetuando aquele triste episódio da inviabilização das piscinas em que os então vereadores do PS ajudaram a prejudicar o concelho… – o que de bom ou mau se fez foi da exclusiva responsabilidade do CDS, primeiro, e do PSD depois. E não só o que se fez (ou não) fora do edifício da câmara municipal. Também o que lá dentro se deixou, as limitações da estrutura orgânica, seja em termos de capacitação do seu pessoal ou de organização das equipas. A área jurídica é disso exemplo. Em breve saber-se-á o valor da despesa que este executivo terá de desembolsar para pagar indemnizações e até expropriações realizadas há décadas. E pior seria se o último executivo do PSD não tivesse tido a sorte de ter um vereador jurista que em muitas situações se substituiu ao inexistente/incapaz serviço jurídico existente à época. Esperemos que a partir de agora os processos não desapareçam, mantenham as folhas todas e, atempadamente, a câmara apresente testemunhas quando tal seja necessário.

A segunda nota tem a ver com os equipamentos municipais e o estado de degradação em que foram recebidos pelo atual executivo. Não é suficiente fazer equipamentos. É preciso saber mantê-los em bom estado de funcionamento, conservá-los e dotá-los de pessoal suficiente para o seu normal funcionamento o que, de facto, não acontecia e ainda se mantém em muitos casos. Tanto quanto se sabe não havia um único equipamento municipal que não precisasse de obras de manutenção há anos. Chovia no interior de diversos deles. Alguns apresentavam sérios riscos de colapso das coberturas. A situação era de tal forma grave que nestes dois anos a câmara municipal foi, mais do que devia ter sido, uma empresa de reparações. Claro que são obras que não davam votos. Por isso foram adiadas. Mas é necessário parar, ver, avaliar e mandar fazer. Esta é uma enormíssima tarefa do atual executivo. Se a fizer – e bem – deverá ter o nosso aplauso. Mesmo que, apesar dos esforços que está a desenvolver nesse sentido, não consiga iniciar as famosas piscinas que o “antigo PS” inviabilizou. Mesmo assim merece nota positiva nestes dois anos. Aguardemos pelos próximos.

 

 

 

 

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