Nesta frase (realidade da vida do idoso) estão expressas as dificuldades que o idoso que serviu de ponte de partida para a vida sirva agora como se fosse uma chaga, daí receba não carinho, mas sim maus tratos.
No entanto, ser idoso é natural. Já não é tão natural quando existe no seio da família mentalidades miseráveis, antiquadas e falta de carácter.
É por isso que o idoso sofre e as carências são de tal ordem que se dobram perante a sociedade, alimentando-se de migalhas dos impiedosos.
Lamentavelmente é o que se verifica, e sem que se olhe para o espelho, atira-se responsabilidades a alguém (Estado) dando-lhe obrigações de sustentabilidade para com o idoso. Mas, se pensarmos bem, verificamos que efetivamente o alguém (Estado) somos todos nós porque cumprimos com os nossos deveres.
Agora, o que não se compreende, é que há filhos com boa capacidade financeira e deixem os seus pais na miséria e abandono, e não se lembram quantos sacrifícios passaram e que deram o seu melhor para que nada faltasse e hoje são desprezados.
Assim sendo, não há que ter condescendência para quem proceda desta maneira, pois o alguém (Estado) tem por obrigação chamar à razão a todos aqueles que têm obrigações para com os seus pais aplicando-lhes sanções por desprezo e não cumprimento da lei.
A lei é clara e muito simples, como um pai é obrigado a dar o sustento ao seu filho, este por si e perante a lei, é obrigado a dar o mesmo ao seu pai, desde que não possua meios de subsistência.
Não se pode brincar com a dignidade das pessoas, até porque ser idoso é estar quase no fim de um caminho percorrido. Ser idoso é ter muitos anos vividos.
Ser idoso é ter chegado quase ao fim da caminhada.
Ser idoso é ter andado e estar quase no fim da estrada.
Se és filho nunca te rias ao passar por um idoso.
Sem dares por isso estás seguindo o mesmo caminho. Vais ver como o tempo passa sem pedir licença a ninguém. Mais tarde, não achas graça.
Pois estás idoso também.