“Queremos ajudar. Sabemos que a maioria dessas pessoas tem problemas mentais, com a justiça e não são de S. João da Madeira”, disse a vereadora Paula Gaio
A existência de pessoas que continuam a procurar alimentos no lixo foi mencionada pela segunda vez este ano pela coligação PSD/CDS-PP em reunião de câmara.
Passados sete meses desde o aviso dado por Dulce Santos, “continua a haver pessoas que vão junto das traseiras do Pingo Doce recolher alimentos que são colocados na Praceta Júlio Dinis”, alertou Paulo Cavaleiro. Para o vereador da oposição “não havendo recolha do lixo ao domingo leva a uma acumulação de resíduos naquela zona”.
O presidente da câmara, Jorge Sequeira, discordou da associação da alteração do horário de recolha do lixo, que deixou de ser recolhido ao domingo desde o dia 11 de novembro, a estas “situações decorrentes de pessoas com problemas de saúde mental”. O autarca fez questão de esclarecer que “a nossa rede social funciona” e de reconhecer que este é “um problema difícil de resolver” com muitas pessoas a serem acompanhadas enquanto outras recusam apoio, aproveitando para mencionar algumas das medidas implementadas pelo Município como a colocação de duas pessoas sem-abrigo num apartamento de autonomização com vista à sua autonomia e inclusão social e uma outra num apartamento de emergência só este ano.
Neste ponto, o vice-presidente José Nuno Vieira esclareceu que a gestão de resíduos das grandes superfícies “não é uma responsabilidade da câmara, mas delas próprias”.
Acerca deste assunto também Paula Gaio, vereadora da Ação Social, decidiu usar da palavra para garantir que tiveram em conta o que disseram e tomaram diligências nesse sentido. Uma vez que os vereadores da oposição alertaram para a continuidade do problema, é preciso “reforçar” todo o trabalho desenvolvido pelo Município e parceiros até então, assumiu a vereadora da Ação Social.
Paula Gaio aproveitou para dar a conhecer o que tem sido feito desde a primeira chamada de atenção em relação a este problema por parte da coligação PSD/CDS-PP em abril deste ano. “Nós articulámos com a gerência (do Pingo Doce) que propôs a alteração do horário de recolha do lixo” e “realizámos reuniões mensais, agora bimensais, com parceiros formais e informais que acompanham pessoas sem-abrigo”, revelou a vereadora da Ação Social, assegurando que “queremos ajudar. Sabemos que a maioria dessas pessoas tem problemas mentais, com a justiça e não são de S. João da Madeira”.
Uma das ajudas dadas pelo Município foi o reforço da verba para o funcionamento da cantina social da Santa Casa da Misericórdia e da Associação Centro de Apoio aos Idosos Sanjoanenses (ACAIS), mencionou Paula Gaio, garantindo que em S. João da Madeira “não há ninguém em lista de espera” para a cantina social.