Chegado o ponto da apresentação das contas semestrais da Águas de S. João, Jorge Cortez não perdeu a oportunidade de – uma vez mais – denunciar que esta empresa municipal “está a funcionar de forma ilegal há muitos anos”. A começar pela inexistência de “contrato de concessão”, que “é obrigatório”. E depois pelo facto de que “no último ano pagámos mais 32% que os acionistas meteram ao bolso”.
Segundo este membro da CDU – Coligação Democrática Unitária, com assento na Assembleia Municipal (AM), trata-se de “uma situação completamente irregular e grave”, que resultou de “um truque de Castro Almeida [antigo autarca de S. João da Madeira] para resolver problemas financeiros que a câmara tinha, se calhar”. “Nós, na água, pagámos obras de reabilitação da Academia de Música e do Palacete dos Condes”, acusou o comunista na última sessão do órgão deliberativo municipal, pedindo, pouco tempo depois, “em nome da transparência” que Jorge Sequeira lhe “cedesse” “o projeto de contrato de concessão”.
Além de adiantar que “está em curso a elaboração de uma minuta do contrato de gestão delegada”, “trabalho que está a ser levado muito a sério para que de uma vez por todas isto seja resolvido”, o presidente da câmara garantiu que “isto [financiamento de obras] não vai voltar a acontecer”, como aconteceu outrora. “As questões que herdámos, de 2009, estamos a tentar colmatar e resolver com a prudência, o estudo e a dedicação que o tema merece”, acrescentou a propósito.
“Não temos nada a esconder”
“Não temos nada a esconder”, deixou claro Jorge Sequeira, desta vez, em resposta a Artur Nunes. Do alto do púlpito, este membro do PS partilhou com os presentes na AM algumas das suas “preocupações” relacionadas com a água. Disse, por exemplo, que “não está a ser considerada a leitura da contagem da água dada pelo cliente”, contrariando a empresa que “diz que está a considerar”.
Pois para o edil “se algum munícipe tem alguma razão para duvidar dos comportamentos de cobrança ou outros deve reclamar”. Jorge Sequeira disse mesmo que podem dirigir as reclamações a ele próprio, que depois analisará em conjunto com a Águas de S. João. Se o consumidor tiver de facto razão, “isso será reparado”. “É a garantida que dou”, sublinhou, completando que apenas “queremos que a empresa cumpra a lei”.