Acabem-se, e porque não, das parrésias o seu impulso,
Eternize-se no efémero, a arte de um bom viver,
Derrubem-se então os nadas, banalidades de avulso,
Questionamos o prodígio, de tudo o que é o ser.
Fim à Náusea de Paul Sartre, o mortal do imortal!
Vomite-se desde já tudo o que em nós se retrai,
Abram-se as asas do enjoo, dum enjoo universal,
Daquela urna de pandora, onde tudo o que há, se vai;
Façam a guerra da fome do que é tradicional,
Sirvam-se manjares de tudo, do tudo que é isotérico,
Beba-se o néctar do que é mítico ou anormal,
Saboreiem-se os exóticos de tudo o que é histérico…
Faça-se do nada o banal, um banal de ocasião
Com sabores essenciais, saber com gosto a especiarias,
P´ra depois numa outra fase, de um eventual não,
Aprovar-se ou respeitar-se quer nos bons, quer nos maus dias…
Todos os nadas que encontremos, e naquelas tantas essências
Poderão ser razoáveis, isto de um novo conceito,
Até ficção de banal de tantas conveniências,
Poderão dar outro nada num nada a nosso respeito.
Não sabemos se no percurso da nossa breve existência,
Haverá qualquer princípio com seu meio e com seu fim;
Há somente o insignificante a quem chamamos consciência,
Que se cultiva em qualquer canto, mesmo no fundo de um jardim
E não se disse nada de nadas
Apenas afirmações arriscadas
Parrésias somente parrésias
Mais preferíveis as amnésias
Dr. Flores Santos Leite