O jornal “labor” noticiou na sua última edição do ano de 2019 ter a Junta de Freguesia lançado um “Mapa Ilustrado dos Lavadouros Públicos”deste nosso concelho, da autoria de Daniel Neto e José Miguel Cardoso.

A iniciativa é inequivocamente estimável e como tal foi reconhecida pela representante da CDU na Assembleia de Freguesia, Joana Dias. Que, nessa sequência, resolveu abordar as lavandarias sociais, “que também são importantes (e que)no caso da que existe na cidade não é tão social nem tão abrangente”. Opinião com a qual concordou Helena Couto, presidente da Junta de Freguesia.

Sucede que a única Lavandaria Social de que esta cidade dispõe é uma iniciativa da Misericórdia, tomada há mais de uma década. Não foi criada pelo Orçamento Participativo Municipal de 2015 mas apenas aumentada com recurso a este instrumento financeiro.

Também não é financiada na sua operação corrente por apoios públicos ou privados.

É um encargo assumido inteiramente pela Misericórdia.

Que nela instalou cinco máquinas de lavar e destacou uma funcionária para ajudar e ensinar os beneficiários deste recurso social. Que a usam profusamente e de forma absolutamente gratuita. Ou seja, não pagando nada pela eletricidade, água e detergente que utilizam.

Em 2019 registaram-se 1.370 utilizações. Em 2018 foram 1.579. E não há pessoas em lista de espera para atendimento. Sendo que as pessoas são encaminhadas por todas as respostas sociais do concelho orientadas para a intervenção comunitária, como são o Trilho, o Centro Comunitário Porta Aberta, a ACAIS e os Ecos Urbanos.

O profundo cariz social da Lavandaria da Misericórdia está aqui esplendorosamente patente. A sua adequação às necessidades da comunidade é visível na ausência de lista de espera. Seria interessante confrontar estes números com os Lavadouros Públicos. Com o número de utilizações destes durante 2019, designadamente por “pessoas com dificuldades de mobilidade”.

Estes esclarecimentos não foram pedidos pelas autarcas referidas.

Mas aqui ficam, porque se impõe. Primeiramente para ilustração de futuras intervenções daqueles que têm fácil acesso ao espaço público. Depois para testemunhar que os recursos colocados pela Misericórdia em favor da comunidade sanjoanense merecem o reconhecimento dos seus destinatários, que os utilizam sempre que precisam. O bem faz-se no silêncio. Mas não é afónico.

 

Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira

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