Acordo de parceria entre os municípios de Oliveira de Azeméis e de S. João da Madeira foi assinado na passada terça-feira 

 

Contrariamente ao que o labor avançou na sua edição de 10 de outubro de 2019 com base em informações adiantadas na altura pela câmara de Oliveira de Azeméis (OAz), o concurso da conceção/construção da Ponte dos Moinhos não chegou a ser lançado no ano passado, mas ao que tudo indica não faltará muito para isso acontecer.

Segundo Joaquim Jorge Ferreira, “estar a adiantar datas é prematuro, extemporâneo, mas aquilo que é o compromisso de ambas as autarquias é desenvolver o processo sem perda de tempo de forma a que a obra possa estar no terreno e ao serviço da comunidade o mais rapidamente possível”. O que aqui está em causa é “um processo de conceção/construção”. Isto é, “quem vai conceber o projeto vai também proceder à requalificação/construção”, sendo que, não obstante “a partir de agora estarmos nas mãos do processo burocrático, esperamos que nos próximos meses tenhamos oportunidade de dar início às obras”, adiantou o autarca de OAz aos jornalistas ainda esta semana.

Esta última terça-feira, logo pela manhã, Joaquim Jorge Ferreira e o congénere de S. João da Madeira (SJM), Jorge Sequeira, deslocaram-se à sede da Junta de Freguesia (JF) de S. Roque para assinar o acordo entre as duas autarquias tendo em vista a realização desta obra reivindicada há várias décadas. Que o diga Amaro Simões, o autarca anfitrião, que na ocasião não conseguiu esconder a emoção por finalmente ver a Ponte dos Moinhos tida como “prioridade para os dois municípios”. “Isto aproxima-nos, une-nos, cria oportunidade para a nossa economia fluir melhor”, disse o líder da JF local, aproveitando ainda o facto de estar ali com os dois presidentes de câmara para “dar um toque” a propósito de uma outra sua aspiração (ver caixa).

Requalificação custa 140 mil euros mais IVA

Fruto de uma “parceria inteligente”, segundo palavras de Jorge Sequeira, entre os municípios oliveirense e sanjoanense, uma nova Ponte dos Moinhos vai ser construída. A atual travessia, pela qual neste momento só consegue circular uma viatura de cada vez, conforme a nossa reportagem pôde constatar in loco, situa-se entre a Rua dos Moinhos (Vila de S. Roque) e a Rua Fonte do André (S. João da Madeira), sendo a delimitação dos concelhos efetuada pela linha de água. E por ela passarão por dia, de acordo com um morador da Rua dos Moinhos com quem falámos, “cerca de 150 automóveis”, como o nosso jornalnoticiou oportunamente.

Ainda de acordo com o protocolo, a câmara de Oliveira de Azeméis assume “a qualidade de representante – dono de obra – do agrupamento de entidades adjudicantes” e pagará, tal como a congénere de SJM, 50% do custo total da obra (140 mil euros) mais IVA.

Recorde-se que a edilidade sanjoanense também fez um acordo do género com o Município de Santa Maria da Feira tendo em vista uma intervenção na Rua de Arrifana.

“Hoje pensamos o nosso território a uma escala supramunicipal”

Se dúvidas havia relativamente à “excelência das relações” e ao “entendimento pleno e total” entre as duas câmaras, tanto Jorge Sequeira como Joaquim Jorge Ferreira trataram de as dissipar nesta cerimónia do passado dia 14. “Hoje pensamos o nosso território a uma escala supramunicipal. Percebemos a importância de desenvolver os territórios de forma coesa”, uma vez que “cada um por si não conseguimos os nossos objetivos”, afirmou o edil de OAz, acrescentando que esta intervenção da Ponte dos Moinhos é apenas um dos exemplos nesse sentido.

Aliás, a requalificação da Linha do Vale do Vouga é, para Joaquim Jorge Ferreira, um outro “objetivo estratégico para ambas as autarquias, um trabalho que está a ser desenvolvido já há muito tempo e que vai ser continuado pelo presidente Jorge Sequeira” na qualidade de presidente da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria. Este é, em seu entender, “um trabalho fundamental que poderá traduzir-se numa resposta de mobilidade imprescindível para o desenvolvimento do território, porque não só aproxima esta região do sul da Área Metropolitana do Porto à área central da mesma área metropolitana, como também permite uma resposta de mobilidade para todas as pessoas que se queiram deslocar dos municípios mais centrais até esta região”.

E, já antes dele, Jorge Sequeira havia dito que essa cooperação entre municípios “já se refletiu em muitos dossiês”, nomeadamente a nível de equipamentos sociais (Lar Residencial do Pisão, sob alçada da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira) e da reabilitação do Sistema de Tratamento de Águas Residuais (STAR). 

Ligação das duas “Travessas” poderá ser a obra que se segue

“Gostava que fosse a primeira de muitas colaborações [intermunicipais]”, disse Amaro Simões, falando “mais com emoção e o coração”, bem ao seu jeito. O presidente da Junta de S. Roque aproveitou a presença dos dois autarcas para, e isto sem querer “abusar”, lhes pedir que “colocassem nos vossos planos” a ligação das Travessas de S. Roque às Travessas de S. João da Madeira.

A ideia é construir de raiz uma via de acesso entre a rotunda da ER227 e a Zona Industrial das Travessas. Obra que “está a ser equacionada” e para a qual, inclusive, já há um projeto. A propósito, o autarca Joaquim Jorge Ferreira, de Oliveira de Azeméis, afirmou aos jornalistas, no final da cerimónia de assinatura do protocolo de colaboração, que “dentro do quadro da nossa disponibilidade orçamental tentaremos comportá-la, equacioná-la e, obviamente, se for esse o entendimento comum, implementá-la”.

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