E é substituída por José Augusto Alves
“Por motivo de saúde”, Teresa Oliveira renunciou ao cargo de deputada da Assembleia Municipal (AM) de S. João da Madeira eleita pelo Partido Socialista. O anúncio foi feito esta última segunda-feira pela presidente Clara Reis. Para o seu lugar, entra José Augusto Alves, conforme o labor conseguiu apurar, entretanto, junto da concelhia do PS.
O nome do substituto de Teresa Oliveira não foi adiantado na sessão da AM. Mas a verdade é que José Augusto Alves é já uma cara conhecida deste mandato autárquico, no qual já fez “várias substituições”. Perante este novo desafio, este sanjoanense de gema, de 58 anos e agente comercial de calçado, admite ser “difícil substituir uma pessoa como a Teresa, tão conhecida na cidade, sobretudo pela sua dedicação à causa animal”, mas encara “isto de forma positiva”. “Estou aqui para ajudar a cidade”, disse ao nosso jornal.
Já Teresa Oliveira, também contactada pelo labor, referiu que neste momento “não tenho saúde nem disponibilidade” para continuar a fazer parte da AM. Afirmou ainda que, nesta fase da sua vida, “tenho de ter um bocadinho mais de cuidado comigo”. Tanto que, embora continue a fazer parte da Ani São-João – Associação dos Amigos dos Animais de S. João da Madeira, também já não é a presidente. E isto, precisamente, para poder “andar mais calma”.
Munícipe faz “homenagem” a Teresa Oliveira
Ana Couto aproveitou esta sessão extraordinária da AM para fazer uma “homenagem” a Teresa Oliveira. “Obrigada, Dª Teresa, pelo amor dedicado aos nossos animais” e por ter lutado “por uma causa que não existe na nossa cidade”, disse a munícipe residente na Avenida do Brasil.
Tal como não “economizou” nos elogios a esta defensora da causa animal que já presidiu à Ani São-João, Ana Couto também não poupou nas críticas ao poder político e à imprensa locais. Começou por dizer que a causa animal “não é acarinhada pelos jornais da cidade”. E, depois, “apontou o dedo” ao facto de o Albergue para Animais Errantes, um dos “sonhos” de Teresa Oliveira, ainda não estar concluído e de os animais estarem ali “em condições de vida miserável” e de não constarem da atual “agenda dos senhores que nos governam”. Recorde-se que, em declarações sobre o assunto a jornalistas, Jorge Sequeira garantiu há cerca de duas semanas que o protocolo de gestão e operação entre a Ani e o Município só ainda não tinha sido assinado “por questões de agenda”.
E por falar em Jorge Sequeira, o autarca associou-se “à saudação” feita a Teresa Oliveira, mas não concordou com a “avaliação à causa animal”. Em seu entender, “a atenção dada à causa animal tem sido muito importante no nosso município”. “Este executivo tem tido muitas iniciativas”, estando em linha “com as mais recentes políticas legislativas que o nosso país tem vindo a implementar”, afirmou o “número um” desse mesmo executivo, recordando medidas como o Programa de Apoio à Esterilização de Cães e Gatos, oProvedor Municipal dos Animais de S. João da Madeira, a construção do Parque de Matilhas junto ao Canil Intermunicipal da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, a ampliação do Albergue para Animais Errantes, etc..
AM aprova Regulamento do Programa de Apoio à Esterilização de Cães e Gatos
O Município de S. João da Madeira vai ter um Programa de Apoio à Esterilização de Cães e Gatos. O seu regulamento foi aprovado por unanimidade em reunião de câmara e, depois de um “período de consulta pública durante o qual não foi recebido qualquer contributo”, na sessão da Assembleia Municipal de 20 de janeiro.
No âmbito deste programa camarário destinado a famílias carenciadas, e conforme o nosso semanário já noticiou oportunamente, a autarquia comparticipará em cem por cento o custo da esterilização, que será feita no Canil Intermunicipal da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, até ao limite de quatro animais por agregado familiar. Já os apoios serão concedidos até ser executada a totalidade da verba prevista no orçamento, sendo que a existirem pedidos que ultrapassem esta dotação transitarão para o ano seguinte.
Importa salientar que o pedido para atribuição de apoio é apresentado em formulário próprio, disponibilizado pelos Serviços de Acolhimento ao Munícipe, aos quais os interessados se devem dirigir pessoalmente. Além disso, é de notar que os pedidos serão analisados e atribuídos por ordem de entrada nos referidos serviços.
Para já, a edilidade investirá cinco mil euros anuais, podendo este valor vir a sofrer alterações futuramente. Um dos objetivos desta medida camarária em prol da causa animal é, por exemplo, “travar o aumento do número de cães e gatos abandonados na rua, entregues em associações de proteção animal ou em centros de recolha oficial (CRO)”.
Não obstante ter votado a favor, Jorge Cortez chamou à atenção para que poderão “surgir alguns abusos”. Assumindo-se como “defensor dos seres vivos em geral”, o membro da CDU – Coligação Democrática Unitária referiu que “não comungo da ideia de apoiar o pobrezinho que não pode ter um cãozinho”. Aliás, é de opinião que “é preciso outros meios de intervenção”.
A propósito, Márcia Lopes (PS), secretária da AM e também voluntária na Aanifeira – Associação de Animais da Feira, pediu a palavra para vir em defesa desta medida. Na sua ótica, “a castração/esterilização é essencial”. Trata-se de “uma questão de saúde pública”, como defendeu, fazendo ver aos presentes, e sobretudo a Jorge Cortez, que “não é qualquer família que tem 200 euros” para castrar e/ou esterilizar o(s) seu(s) animal(is) de estimação.