É já este sábado, 14 de março, pelas 17h00, que os Paços da Cultura recebem um concerto de flauta transversal e piano pela flautista Juliana Dias acompanhada pelo pianista Rafael Araújo. A convite da Academia de Música, no âmbito do Musicatos, esta jovem natural de Aveiro atua pela primeira vez em S. João da Madeira. Com um reportório desde o período barroco à música contemporânea, Juliana Dias garante que este seu recital será “um momento muito especial”
Sabemos que iniciou o estudo da música aos 11 anos. Por iniciativa própria? Ou por motivação de alguém?
Iniciei os meus estudos musicais aos 11 anos, por vontade própria e motivação do meu pai. Surgiu por acaso, numa demonstração de instrumentos que houvera na Banda Amizade de Aveiro e que me convertera por completo à descoberta deste mundo especial.
Tem mais familiares músicos?
Infelizmente não tenho familiares músicos, mas tenho a certeza que possuo bastantes amadores e aspirantes a tal!
Diga-nos o porquê de ter escolhido a flauta transversal e não outro instrumento?
Os meus primeiros passos na área da música foram bastante indefinidos. Comecei por estudar fagote e, de seguida, oboé com dois professores excecionais. A flauta transversal surgiu posteriormente, senti uma ligação natural e genuinidade em relação ao instrumento. Talvez fora esse o motivo que me fizera permanecer. A flauta possui um timbre lindíssimo, muito rico e complexo. Acho que não poderia ter tomado melhor decisão.
Como é o seu dia a dia? Estuda? Trabalha?
O meu dia a dia baseia-se no estudo. Frequento a JOBRA, Escola Profissional de Artes Performativas da Branca, e, assim sendo, ocupo grande parte do meu tempo em aulas técnicas, socioculturais, em estudo individual… À parte do tempo não letivo, dedico-me à minha banda, a participar em projetos, convites e colaborações com outras instituições.
“Acredito que um músico passa toda a sua vida a estudar”
Quanto tempo dedica ao estudo da música?
Acredito que um músico passa toda a sua vida a estudar, em contacto com música, a dar e a receber, a tornar-se uma pessoa e intérprete melhor a cada dia que passa. A música está presente paralelamente em todos os momentos e cabe-nos a nós aproveitá-los da melhor forma, sendo a ouvir alguém que admiramos a tocar, compor, ensaiar, estudar ou dar aos outros o melhor que conseguimos fazer. Resumindo, julgo que o estudo de música é uma realidade relativa, pois estamos em constante aprendizagem e desenvolvimento.
Quer fazer da música a sua profissão?
Gostaria imenso que a música fosse o pilar primordial da minha vida profissional e serão sempre esses os meus objetivo e propósito. Admito que possuo obviamente interesse noutras áreas, como a saúde ou investigação, contudo, acho que é sempre possível conciliar se o desejarmos.
Já participou em concursos? E ganhou algum prémio?
Nunca participei em concursos a nível individual, apenas com a minha banda. Não me identifico muito com a competição no geral e acredito que não deve ser o nosso principal objetivo, mas não descarto a possibilidade de participar futuramente em alguns concursos.
Como surgiu a oportunidade de participar no Musicatos?
A participação neste projeto, Musicatos, surgiu em resposta a um desafio proposto pela minha professora para preparar todo o reportório em tão pouco tempo. Sendo um projeto que ela conhecia e no qual tinha interesse e confiança, sugeriu-me e motivou-me a aceitar tudo isto.
Já conhecia o projeto? E a cidade de S. João da Madeira?
Para ser honesta não era a pessoa mais integrada no projeto, mas assim que tive contacto decidi agarrar a oportunidade. É um privilégio poder participar. Estou muito grata, sem dúvida!
“Rafael Araújo será sempre a minha primeira opção, enquanto pianista acompanhador”
Neste concerto do próximo dia 14, subirá ao palco dos Paços da Cultura com Rafael Araújo? O porquê deste pianista e não outro?
O Rafael Araújo será sempre a minha primeira opção, enquanto pianista acompanhador. Para além de meu professor, é uma pessoa e músico incrível, com o qual tenho uma grande cumplicidade. Não poderia partilhar o palco com alguém mais competente.
O que o público pode esperar de vocês?
O público contará com um pequeno momento musical, uma estreia pessoal a solo, com reportório desde o período barroco à música contemporânea. Será com certeza um momento muito especial para mim e para todos aqueles que o desejarem partilhar comigo.
Impressão digital
Natural de Aveiro, cidade onde reside, Juliana Dias iniciou os seus estudos musicais aos 11 anos de idade com a professora Fátima Jesus na Banda Amizade de Aveiro.
Atualmente com 18 anos, frequenta o curso profissional de Instrumentista de Sopro na ART’J (Escola de Artes Performativas da JOBRA) na classe de flauta transversal da professora Eva Morais.
Além de ter realizado masterclasses com os professores Stephanie Wagner, Paulo Barros e Nuno Inácio, a jovem flautista participou recentemente no Porto Flute Festival.Integra, ainda, a Banda Amizade de Aveiro desde 2012 e respetivo coro de câmara, tendo o privilégio de trabalhar com diversos maestros tais como Carlos Marques, Susana Milena, Armando Saldarini, Mark Heron, Nigel Clarke, entre outros.
Nota ainda para a sua participação em festivais e concursos nacionais e internacionais em Espanha, Itália e Holanda, destacando-se o concurso WMC Kerkrade em 2017, que fora premiado.
Programado concerto de sábado
Hamburger sonata para flauta e baixo contínuo em Sol Maior – C. Ph. E. Bach
– Allegretto
– Rondo: Presto
Concertino Op. 107- Chaminade
Intervalo
Dois movimentos para flauta solo – F. Lopes Graça
Fantasie – G. Hüe
Próximas datas do Musicatos
30 de maio, 21h30 – Saxofone – Joshua Souza e Vitor Hugo Santos
11 de julho, 21h30 – Fagote – Rute Costa
17 de outubro, 17h00 – Piano – Vencedor da categoria “Melhor Português Júnior B” do Concurso Internacional de Santa Cecília
14 de novembro, 17h00 (Jazz) – a anunciar