Repetiu-se o ritual, mas desta vez foi completamente diferente. Aquilo que se esperava ser uma verdadeira festa de celebração dos 25 anos do Portugal Fashion ficou marcado por um semblante triste e apagado logo no primeiro dia. Não se acenderam os holofotes, como habitualmente, ao som da música. Os manequins começaram a desfilar na passerelle, mas faltava qualquer coisa de cintilante que transparecesse na sala como sempre aconteceu ao longo de duas décadas e meia. Sim, faltava o indispensável público na plateia com os seus olhares expectantes, carregados de emoção, alegria e curiosidade enquanto podiam apreciar, em primeira mão, as novas coleções de estilistas e criadores para as estações seguintes. Tudo isto, e não só, é a consequência do estado em que se encontra o país e o resto do mundo devido à propagação do COVID-19, tendo já a Organização Mundial da Saúde declarado que a rápida expansão do novo vírus pelo planeta se configura de pandemia. Assim, o evento que se tornou na maior montra da moda nacional, nas comemorações do seu 25.º aniversário, foi cancelado, logo após o primeiro dia dos três que completariam a maratona dos desfiles.
Ainda assim, com acesso restrito a profissionais da moda e jornalistas que não ultrapassaram uma centena e meia de pessoas, desfilaram nesta 46.ª edição do Portugal Fashion, Maria Meira, Unflower, Rita Sá, PFN by Ana Campos, PFN by Diogo Van Der Sandt, PFN by Maria Gaudêncio, Winners, Virus, João Sousa, Carolina Sobral, Arieiv, Susana Bettencourt (Presentation), David Catalán e Maria Gambina. Os desfiles decorreram no Espaço Bloom e passerelle principal para novos talentos, criadores emergentes e consagrados respetivamente. O resto dos 23 desfiles de apresentações de 24 criadores e marcas foi cancelado, incluindo o de Miguel Vieira e do coletivo de calçado. Aliás, cabia ao criador de S. João da Madeira encerrar o último dia dos desfiles que assinalavam o início das comemorações das “Bodas de Prata” do Portugal Fashion.
