A situação que se vive, resultado do surto de Covid-19, obrigou alguns clubes a procurarem alternativas para poderem continuar a dar resposta às necessidades desportivas dos seus atletas. Nesse sentido, o Clube A4 respondeu com uma “ferramenta” que nas últimas semanas tem vindo a assumir uma preponderância cada vez maior, a internet e os treinos online. “Foi uma necessidade que sentimos”, sublinha Rita Veloso, presidente da coletividade, revelando que é também resultado de “algum pressing da Federação de Ginástica, da Associação de Ginástica do Norte e da Câmara Municipal para não fechar a atividade”, bem como dos “compromissos assumidos com os treinadores”.
Tentando adaptar-se aos constrangimentos criados, a iniciativa arrancou no início de abril e, segundo a dirigente, “surpreendeu todos pela positiva”. “Antes de avançar realizamos algumas reuniões para tentar perceber a viabilidade”, explica Rita Veloso, frisando que a adesão na “ordem dos 70%” “foi enorme”. “Quando decidimos avançar não estávamos a contar com este número”, garante, dando como exemplo a classe Babys, que a dirigente assegura que aderiu em massa.
Os treinos de ginástica são “em direto” e preparados pelos próprios treinadores das várias disciplinas da modalidade, sendo que há algum trabalho individualizado e que, de acordo com a dirigente, é “mais vocacionado para as classes de competição”, explica, revelando que “há miúdos a realizarem cinco sessões semanais”.
Com toda a atividade desportiva suspensa o futuro é de incertezas e apesar de Rita Veloso admitir que o clube “vai ter prejuízo”, a dirigente sublinha a atitude dos pais e assegura que a coletividade “não se sente abandonada”. “Temos muitos pais que nos disseram que mesmo que os filhos não quisessem participar nos treinos online iriam continuar a pagar”, revela Rita Veloso, sublinhando que face ao momento que se vive a direção optou por “reduzir o valor da mensalidade para metade”. “Isso é sinal que fazemos um bom trabalho e que as pessoas confiam e acreditam no clube e não o querem deixar morrer”, acrescenta, assegurando que “apesar da receita não ser a mesma” a coletividade “vai cumprir os compromissos assumidos com os treinadores”. Mas as dificuldades não se ficam por aí. “Ao contrário do que acontece com as associações que beneficiam de instalações municipais, continuamos a ter despesas com a renda, água e luz”, salienta, relembrando que o desporto atravessa um “momento de incerteza” e que o apoio às coletividades é fundamental.