Para todos os alunos do ensino básico com apoio da telescola a partir do dia 20
O terceiro período escolar começou terça-feira, dia 14 de abril, sem atividades letivas presenciais.
Uma decisão tomada com base na informação da “equipa científica que apoia a Direção-Geral da Saúde”, após ouvir os partidos representados na Assembleia da República, “analisar a situação com o Senhor Presidente da República” e o ministro da Educação ter auscultado “todos os parceiros educativos, dos pais aos professores e diretores de escola”, deu a conhecer o primeiro-ministro em conferência de imprensa sobre o recomeço das aulas presenciais depois do Conselho de Ministros no dia 9 de abril.
No ensino básico, do 1.º ao 9.º ano, “todo o terceiro período prosseguirá com o ensino à distância, que será reforçado com o apoio de emissão televisiva de conteúdos pedagógicos que complementarão, sem substituir, o trabalho que os professores vêm mantendo com os seus alunos. De modo a ter o alcance mais universal possível, estas emissões diárias serão transmitidas, a partir do dia 20, no canal RTP Memória, que é acessível não só por cabo ou satélite, mas também, através da TDT”, anunciou António Costa, explicando que a avaliação destes anos de ensino será “feita em cada escola pelos professores que melhor conhecem o conjunto do percurso educativo de cada aluno, sem provas de aferição, nem exames do 9.º ano” e acrescentando que “neste quadro, será mantido até ao final do ano letivo o regime de apoio especial às famílias com filhos menores de 12 anos”.
No ensino secundário, os alunos do 10º ano continuam em regime de ensino à distância. Em relação aos alunos dos 11º e 12º anos, o Governo optou por adiar a decisão, continuando a acompanhar a evolução da situação para “confirmar se e quando se iniciarão em segurança as aulas presenciais”, ficando em aberta a possibilidade de “poder retomar parcialmente as aulas presenciais durante o mês de maio” ou de “prosseguir exclusivamente o ano letivo com ensino à distância” consoante a evolução da pandemia.
O calendário de exames do 11.º e do 12.º anos foi adiado, decorrendo a primeira fase entre 6 e 23 de julho e a segunda entre 1 e 7 de setembro, para que a atividade letiva possa estender-se até 26 de junho.
Já no pré-escolar “só poderemos retomar as atividades nos jardins de infância quando forem revistas as atuais regras de distanciamento – que são impossíveis de cumprir em sala por crianças desta faixa etária – sendo ainda prematuro definir um prazo seguro ainda que indicativo”, disse o primeiro-ministro.
Para António Costa, a interrupção das aulas presenciais desde o dia 16 de março “está a ajudar toda a sociedade a vencer esta pandemia”.
A opinião dos diretores das escolas sanjoanenses
“Parece-me que não haveria outra opção e como o Ministério da Educação diz: vamos andando e avaliando todas as situações. Temos é que ter capacidade para nos adaptarmos. Nas reuniões de avaliação do 2.º período esta situação já estava prevista e, na esmagadora maioria, todos os professores já têm as atividades planeadas para arrancarem no 3.º período. Não está a ser fácil para os alunos, para os pais e sem dúvida está a ser extremamente desafiante para os professores”, Anabela Brandão, diretora do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite
“Num contexto para o qual ninguém estava preparado, o Governo e as escolas adotaram um conjunto de procedimentos que visam garantir o contacto com os alunos.
Naturalmente, existem alguns constrangimentos, que o AEJSC já identificou, e para os quais, juntamente com os seus parceiros da comunidade, está a trabalhar no sentido de encontrar resposta eficaz. A preocupação com os alunos, com o seu bem-estar e com o seu sucesso continua a ser uma prioridade do AEJSC”, António Mota Garcia, diretor do Agrupamento de Escolas João da Silva Correia
“Relativamente às medidas anunciadas, concordo plenamente. O regresso à escola dos 11º é 12º anos penso que nunca será antes do final de Maio. Quanto ao ensino à distância, estamos a adaptarmo-nos, é tudo novidade e é preciso muita flexibilidade, tolerância, compreensão. Neste momento, os alunos estão saturados de estar em casa e não associam a escola ao seu lar. Vamos ver como as coisas evoluem”, Mário Coelho, diretor do Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior.
“É a solução possível no atual contexto, dando prioridade à saúde para todos. A nossa extraordinária equipa está preparada para trabalhar online, usando as ferramentas digitais para as quais demos formação. Por estes meios pensamos fazer um excelente trabalho, contando com o contributo dos familiares em casa com as crianças mais novas e também a dedicação dos alunos mais velhos. São estas contingências que nos fazem crescer, como pessoas, alunos, famílias, professores e cidadãos. Nada será como antes, mas que prevaleça os cuidados a ter por cada um para a saúde de todos e que regressemos o mais rápido possível ao convívio presencial nas nossas escolas”, Joaquim Valente, diretor do Centro de Educação Integral.