Com o objetivo de assegurar a segurança dos doentes oncológicos em relação à Covid-19
O Bloco de Esquerda teve conhecimento que a Oncologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) iria ser transferida no dia 20 de abril para a Lenitudes Medical Center & Research, localizada junto ao Europarque, em Santa Maria da Feira.
O CHEDV confirmou que transferiu nesse mesmo dia, “de forma temporária, a área de hospital de dia de oncologia (tratamentos) para uma clínica próxima do Hospital S. Sebastião, entre outras, como forma de assegurar a segurança destes utentes”, indicando a norma nº9/2020 da Direção-geral da Saúde (DGS) que expressa a necessidade de isolar as unidades de saúde que prestam cuidados a doentes oncológicos daqueles que estão infetados pela Covid-19.
Também deu a conhecer que o Hospital de S. Sebastião é o quinto do Serviço Nacional de Saúde com o maior número de camas de cuidados intensivos e teve de preparar cinco dos seus nove pisos para tratar doentes Covid-19 devido à elevada incidência do surto nesta região.
“Tendo em conta toda essa pressão de procura, com a criação de áreas disponíveis para o internamento de doentes infetados, mas também dos doentes não infetados, e visando dar cumprimento às recomendações da DGS, de proteção dos doentes oncológicos, foi entendido proceder à transferência transitória da atividade do Serviço de Oncologia para a unidade Lenitudes Medical Center”, justificou o centro hospitalar, através do seu gabinete de comunicação, ao labor.
De acordo com a mesma fonte, “o CHEDV irá ocupar um espaço totalmente autónomo, no qual os nossos profissionais continuarão a tratar os doentes do CHEDV. Nesse espaço que, sendo separado da restante actividade da Lenitudes Medical Center, não haverá cruzamento de profissionais nem utentes das duas instituições, teremos condições para oferecer aos nossos doentes melhores condições de segurança, uma vez que estes ficarão completamente isolados dos muitos doentes portadores da infeção por SARS-CoV-2 que o CHEDV está a tratar”. Neste acordo existe ainda “um aspeto de ordem técnica importante que é a existência de uma câmara de fluxo laminar na unidade Lenitudes, o que permite que continuemos a ter condições de preparar os medicamentos de quimioterapia para os nossos doentes, fazendo-o com total segurança e na proximidade do local de administração dos mesmos”. O centro hospitalar também realça que este é “um mero acordo de cedência de instalações, sendo os doentes tratados exclusivamente pela equipa do CHEDV. Fruto desta circunstância, a Lenitudes não terá acesso a quaisquer elementos relativos às listas de trabalho ou informações sobre a atividade do CHEDV”.
O Bloco de Esquerda vai exigir explicações ao Conselho de Administração do CHEDV e ao Ministério da Saúde sobre o custo desta transferência para o Serviço Nacional de Saúde. Também relembrou que em maio de 2018 interpelou o Governo sobre a necessidade de investimento na área oncológica do CHEDV, onde referiu a necessidade de aquisição de uma câmara de fluxo laminar.