E com número limitado de clientes
O primeiro-ministro já disse, em entrevista ao Expresso, que a prioridade é “reanimar [a economia] sem descontrolar”. Embora conte só anunciar o seu plano de desconfinamento a 30 de abril, dia em que haverá conselho de ministros, António Costa já tem em mente retomar, de forma gradual, um conjunto de atividades, incluindo as comerciais.
A ideia do chefe do Governo é reabrir, primeiro, o pequeno comércio, que é o que concentra menos pessoas e onde é mais fácil evitar aglomerações. Seguir-se-ão “as lojas maiores que têm porta aberta para a rua” e, só depois, as grandes superfícies.
Para bem da economia, mas também da autoestima dos portugueses, o setor dos cabeleireiros inclui-se entre os que poderão reabrir logo a 4 de maio, após terminar o estado de emergência em que o país ainda se encontra. Mas atenção que a sua reabertura está sujeita a regras e recomendações que devem ser seguidas escrupulosamente. Entre estas – segundo um documento de “compromisso do setor” referido, em comunicado, pela presidente da Associação Portuguesa de Barbearias, Cabeleireiros e Institutos de Beleza, Cristina Bento -, está o acesso aos serviços apenas por marcação e a imposição de um número limitado de pessoas dentro de cada estabelecimento.
Para além disso, “o espaço deverá ser higienizado sempre que saia um cliente”, “os funcionários serão obrigados a usar máscara ou viseira, luvas, mangas compridas e os clientes terão de usar máscara, conforme as recomendações da DGS”, adiantou Paulo Barreira ao labor, acrescentando que ele e os outros cabeleireiros, também, usarão “penteadores descartáveis” e o que não for descartável (tesouras, pentes, etc.) terá de ser devidamente esterilizado.
Em declarações ao nosso jornal esta semana, o proprietário do Barreira Cabeleireiro Masculino, situado no Centro Comercial Parque América, afirmou que tem “condições para desenvolver um trabalho competente e protegido”. No entanto, também chamou à atenção para que, embora seja “um bom sinal” as pessoas poderem retomar a sua atividade económica, “é preciso ter consciência que o vírus continua a andar por aí”. E, por isso mesmo, conforme alertou, “todo o cuidado continuará a ser pouco”.
No caso do seu espaço comercial, “tem uma App [aplicação] através da qual os clientes podem fazer a marcação no dia e na hora pretendidos”. Barreira Cabeleireiro Masculino funcionará de terça-feira a sábado, das 9h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h00, sendo que a primeira semana de maio “já está praticamente preenchida”.
Associação Comercial vê “com bons olhos que se dê primazia ao comércio local”
Desta vez, na qualidade de presidente da direção da Associação Comercial de S. João da Madeira (ACSJM), Paulo Barreira disse ver “com bons olhos que se dê primazia ao comércio local”. Este, como mencionou, “não tem tanta concentração de pessoas no mesmo espaço, permitindo a comerciantes e clientes que se adaptem lentamente às novas regras de atendimento”.
Em nome da ACSJM, Paulo Barreira ainda aconselhou que “todos [comerciantes e clientes] cumpram todas as normas e que entendam esta nova fase como uma forma de ajuda ao comércio local e uma possibilidade de retorno mais facilitado à atividade comercial”.